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IBM aposta em agentes para revolucionar o uso da IA nas empresas

Levantamento da companhia mostra que quase 70% dos CEOs brasileiros já estão adotando ativamente a chamada inteligência artificial agêntica

06/06/2025

IBM aposta em agentes para revolucionar o uso da IA nas empresas
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Marcelo Flores, gerente da IBM Consulting: lidar com a velocidade das mundanças, estruturar um processo decisório  e preparar times e liderança é o grande desafio com a IA (foto: Daniel dos Santos)

Por Daniel dos Santos

Você sabe o que são os agentes de IA? Se ainda não sabe, prepare-se para ouvir falar muito sobre esses sistemas, que utilizam inteligência artificial para executar tarefas de maneira autônoma e atingir um objetivo por meio da coleta e uso de dados. Ou seja, ele é capaz de interagir com o ambiente operacional e ser treinado para tarefas específicas, facilitando o uso da IA, seja na forma de interação do humano com a máquina por voz, seja na forma como acessa e disponibiliza a informação. E estão sendo apontados como a bola da vez no mundo da inteligência artificial.

Thiago Viola, diretor de IA e dados da IBM: agentes de IA vão transformar a forma de trabalho

Uma pesquisa recente feita pela IBM mostra que 67% dos CEOs brasileiros já estão adotando ativamente a chamada IA agêntica em suas empresas. E esse valor é acima da média global, de 61%. “Os agentes de IA vão transformar a forma de trabalho, aumentando sensivelmente a produtividade”, afirmou Thiago Viola, diretor de inteligência artificial e dados da IBM Brasil, durante o evento AI Forum Brasil 2025, promovido em São Paulo pela empresa esta semana.

“Atualmente no nosso trabalho temos múltiplas aplicações, múltiplos dispositivos, para poder tirar valor de cada um deles. Se você for pedir férias, por exemplo, vai acessar um sistema. Se for fazer uma venda, acessa outro. Se você for fazer um pedido no estoque, outro. Só que essa complexidade prejudica nossa produtividade. Ao entrar com os agentes de IA a eficiência operacional e a produtividade crescem. Tudo que eu fazia por meio de cliques se resume uma conversação, para que eu possa ter resultados gerados”, destacou o executivo.

Para explicar seu raciocínio, Viola mostrou os agentes de IA da IBM em ação. Ao serem municiados com a frase “Estou no AI Forum SP e gostaria de informações sobre os participantes e algumas ações para o pós evento”, os agentes da área de vendas, CRM, integração e envio de e-mails entraram em ação para encontrar os registros dos participantes do evento, criar um relatório com possíveis ações e já enviar por e-mail. “Estamos entrando em uma nova seara, a de system of intelligence”, afirmou o executivo da IBM.

Agentes em ação: comandos por conversação e integração automática de sistemas

Sem dados, sem IA

Mas para que essa “mágica”, aconteça, é essencial na IA para negócios que a empresa tenha dados confiáveis e relevantes. Afinal, as empresas não querem lidar com uma inteligência artificial que alucina ou oferece dados falsos. É preciso olhar todos os treinamentos que foram feitos, os dados e modelos de LLM utilizados, como eles foram tropicalizados e inseridos no sistema da empresa. Segundo o executivo, se os dados não estiverem calibrados, se não estiverem direcionados para responder de acordo com o que a sua empresa espera, a possibilidade de ter respostas não conclusivas ou inadequadas são altas.

Retorno do investimento
Outro ponto importante é como a empresa gerencia se efetivamente a IA está trazendo o ROI esperado. IA é ótima, ela responde, ela funciona, mas será que aquele LLM gigante, com múltiplos tokens, que responde tudo, é o que a sua empresa precisa? “Estamos no momento de escalar. Porque se tudo que a gente vinha falando até agora era tratativa, era gerenciamento, chegou o momento de dar o pontapé e, literalmente, partir para a produção. Nós temos inúmeros casos de clientes já utilizando e tirando proveito. Consigo produzir mais resultado, personalizar e trazer respostas mais abrangentes. Faltava alguém nessa conta. E os agentes de AI literalmente preenchem essa lacuna”, afirmou Viola.

Pesquisa global
O novo estudo global do IBM Institute for Business Value mostra que 59% dos executivos brasileiros estão preparando os funcionários para as mudanças culturais e operacionais que os agentes de IA estão trazendo para o ambiente de negócios. O estudo anual com CEOs entrevistou 2.000 executivos de 33 países (incluindo o Brasil) e de 24 indústrias em todo o mundo. Segundo a pesquisa, os entrevistados globalmente esperam que a taxa de crescimento dos investimentos em IA mais que dobre nos próximos dois anos. Além disso, 59% dos CEOs brasileiros priorizam casos de uso de IA com base no ROI e 71% relataram que possuem métricas claras para medir o ROI da inovação.

Para Marcelo Flores, gerente geral de IBM Consulting Brasil, o estudo comprova o que já estamos vendo no nosso dia a dia. A aceleração do uso da IA é chave para que as empresas se mantenham relevantes para seus clientes e atrativas para seus colaboradores. “Começamos discutindo como escalar a IA tradicional, então veio a IA generativa e, agora, os agentes. Tudo isso em um intervalo de tempo muito curto. Lidar com essa velocidade, estruturar um processo decisório assertivo e preparar times e liderança é o grande desafio”, destaca Marcelo Flores, gerente geral de IBM Consulting Brasil.

O estudo afirma ainda que 63% dos CEOs brasileiros acreditam que os ganhos potenciais de produtividade da automação são tão grandes que precisam aceitar riscos significativos para se manterem competitivos e 61% acreditam que o risco de ficar para trás os leva a investir em tecnologias antes de entenderem totalmente seu valor.

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