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28/08/202528/07/2025
Por Fábio Caversan*
A startup chinesa DeepSeek lançou, em janeiro de 2025, o R1, um modelo de raciocínio avançado e open source. Mas ainda não alcançou adoção em larga escala no meio corporativo. Em um setor dominado por sistemas proprietários, como os da OpenAI e Google, o R1 se destacou como uma alternativa acessível, transparente e personalizável para o uso empresarial de IA.
Até então, os sistemas de IA mais avançados só estavam disponíveis por meio de APIs fechadas ou licenças caras. Com o R1 e sua abordagem open source, a DeepSeek muda esse cenário, oferecendo acesso mais amplo a capacidades sofisticadas, com maior possibilidade de auditoria, personalização e controle por parte das empresas.
Oportunidade estratégica com modelos Open Source
O lançamento do R1 provocou uma reação imediata do mercado: OpenAI e Google anunciaram preços mais acessíveis, enquanto a Microsoft iniciou testes via Azure. Apesar do impacto competitivo, o movimento foi bem recebido por alguns líderes. Yann LeCun (Meta) destacou o avanço da IA aberta, e Satya Nadella (Microsoft) considerou a iniciativa uma “boa notícia” para a adoção mais ampla da tecnologia.
Além da abertura, o modelo chamou atenção pelo desempenho técnico com menor exigência computacional. Em contraste com o alto consumo energético de modelos de grande porte — que levou a Microsoft a planejar a reativação da usina nuclear de Three Mile Island em 2024 — o R1 se mostrou eficiente mesmo em máquinas intermediárias. Isso representa uma economia significativa em infraestrutura e energia, especialmente relevante para empresas de médio porte.
Essa acessibilidade também viabiliza o uso de IA em ambientes antes excluídos das soluções de ponta. Organizações podem testar e rodar o modelo localmente, sem dependência de nuvem ou Interface de Programação de Aplicações (APIs) de terceiros, reduzindo custos e fortalecendo o controle sobre seus dados. A flexibilidade da implantação, o baixo custo total de propriedade, a conformidade com legislações de privacidade e a agilidade para testar ideias internamente consolidam o R1 como uma opção estratégica.
Transparência, Controle e Barreiras à Adoção
A arquitetura open source da DeepSeek também oferece vantagens importantes em governança. Com código e pesos abertos, empresas têm visibilidade sobre como o modelo opera, o que permite auditorias, ajustes de segurança e adaptação a padrões éticos. Como defende Rahul Roy-Chowdhury (CEO da Grammarly), em artigo para o Fórum Econômico Mundial, a transparência é um dos pilares dos sistemas de IA abertos e cada vez mais uma exigência no contexto regulatório global.
Mesmo com essas vantagens, o DeepSeek ainda não alcançou adoção em larga escala no meio corporativo. Executar localmente um modelo de IA sofisticado exige domínio técnico em áreas como Desenvolvimento e Operações (DevOps), Operações de Aprendizado de Máquina (MLOps) e segurança, o que muitas empresas ainda não possuem. Soma-se a isso a cautela geopolítica: por ser uma empresa chinesa, a DeepSeek enfrenta barreiras geopolíticas, conformidade regulatória e proteção de dados. Para superar essa resistência, será essencial mostrar, na prática, como o modelo se integra aos fluxos existentes com segurança e autonomia.
O que será decisivo no longo prazo
Para que modelos como o R1 ganhem espaço real no mercado empresarial, desempenho técnico não será suficiente. A adoção dependerá de avanços em seis áreas fundamentais:
O R1 provou que IA de alto desempenho pode ser acessível, eficiente e transparente. A DeepSeek ocupa hoje uma posição estratégica, unindo tecnologia robusta com autonomia operacional. Mas seu sucesso no longo prazo dependerá da capacidade de entregar suporte, segurança e confiabilidade em escala, elementos indispensáveis na nova era da IA corporativa.
*Fábio Caversan é vice-presidente de negócios digitais e inovação do Grupo Stefanini
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