Por redação AIoT Brasil

A ideia parece sensacional: um robô bípede humanoide totalmente funcional, capaz de realizar tarefas perigosas, repetitivas ou entediantes, para que no futuro “o trabalho físico seja uma escolha, não uma obrigação”. Porém, como se trata de mais um projeto de Elon Musk, a novidade logo resultou em polêmica, tanto a respeito do prazo de um ano para a apresentação do protótipo quando à forma escolhida para anunciar o Tesla Bot, como foi chamado o robô.

Musk promoveu um show durante o evento Tesla AI Day, em agosto, e levou ao palco uma pessoa que, inteiramente coberta por um macacão futurista de spandex, simulou os movimentos de um robô e depois começou a dançar. Foi o bastante para surgirem as primeiras reações negativas ao projeto, como a de Carl Berry, professor de engenharia robótica em uma universidade do Reino Unido, que disse à Verge: “Não estou falando que ele não deveria estar fazendo pesquisas como essa, mas é o exagero usual”. A própria revista digital disparou no título da matéria: “O Tesla Bot de Elon Musk é uma piada”.

Má vontade à parte, os meios de comunicação tiveram de refletir a respeito dos planos de Musk. Ele disse que o Tesla Bot terá mãos humanas, 1,70 m de altura, pesará 56 kg e será um substituto do trabalho humano. “Nossos carros autônomos são robôs semiconscientes sobre rodas e faz sentido colocar isso em uma forma humanoide. Também somos muito bons em sensores e baterias, então achamos que provavelmente teremos um protótipo no próximo ano, que basicamente se parece com isso (o dançarino)”, explicou Musk.

As críticas se concentram, de um lado, na promessa de que o Tesla Bot será apresentado em 2022, enquanto nenhuma empresa do mundo parece estar perto de dominar esse tipo de tecnologia. Por outro lado, foi dito que Musk estava mais preocupado em chamar atenção, no momento em que encontra dificuldades para convencer que os veículos que produz já podem ter uma opção de direção “totalmente autônoma”, o que desperta dúvidas.

Percebe-se também que parte da reação negativa se relaciona ao histórico de Musk, apesar de suas evidentes conquistas, como a linha de carros Tesla e a ida ao espaço a bordo de uma nave construída pela SpaceX. “O problema é que Musk promete não apenas revoluções, mas realizações muito mais transcendentes, como mover milhões para Marte ou fundir humanos com IA”, observou o site norte-americano CNET. “Então, como acreditar em um homem que, como resultado de ter objetivos sobre-humanos, proporciona revolução e decepção ao mesmo tempo?”, pergunta o articulista.

Confira a apresentação completa de Elon Musk no Tesla AI Day e a dancinha da pessoa fantasiada de robô no vídeo abaixo.