Por redação AIoT Brasil

Segundo o Relatório de Tendências Globais de Talentos, do LinkedIn, vagas de emprego que mencionam IA ou IA generativa mais que triplicaram no Brasil nos últimos dois anos, enquanto as candidaturas cresceram 17% mais rápido em comparação às que não mencionam a tecnologia.

Esse foi um dos temas abordados no painel “Construindo o Amanhã: Inovações Tecnológicas que Moldarão o Mercado”, promovido pela consultoria de tecnologia keeggo, em evento de 30 anos da empresa, realizado recentemente: “A IA é uma semente a ser cultivada para trazer frutos valiosos aos negócios e a sociedade”, disse a mediadora Rachel Maia, conselheira do Pacto Global da ONU e CEO da RM Consulting.

Para Rogério Athayde, CTO da keeggo, à medida que organizações continuam a reconhecer o valor da IA, espera-se maior integração em funções empresariais: “Falamos da automação de processos, análise de dados avançada e assistência em tomada de decisões, eficiência operacional, detecção e respostas à ameaças cibernéticas em diversos segmentos de mercado. A IA está transformando a maneira de como operamos, tornando-nos mais ágeis, eficientes e orientados a dados”, disse.

Oportunidades de carreira
Novos papéis e especializações surgirão, criando um cenário dinâmico para profissionais interessados no campo da IA. Segundo Athayde, funções emergentes relacionadas à inteligência artificial incluem:

• Engenheiros de ética de IA;
• Designers de interação humano-IA;
• Arquiteto de Fabricação de Dados;
• Engenheiro de Dados de IA;
• Profissionais de segurança cibernética especializados em IA.

“Haverá uma demanda crescente por profissionais que compreendam a responsabilidade na implementação e qualidade de sistemas e modelos de IA, refletindo a importância da governança ética no desenvolvimento e uso dessas tecnologias dentro das organizações. Igualmente, a cibersegurança também será tema de grande abordagem nos próximos anos”, apontou o CTO.

Apesar do temor de 76,6% dos brasileiros em perder o emprego para a inteligência artificial, segundo levantamento da Page Interim, muitas carreiras sobreviverão: “Profissões ligadas a cuidar do ser humano, liderar, inspirar, ensinar, provavelmente serão muito difíceis de uma IA fazer”, ponderou Marcos Cavagnoli, Diretor de Pagamentos no Itaú Unibanco, durante o painel.

Habilidades em IA
De acordo com pesquisa da Access Partnership e AWS, quatro em cada cinco empresas destacam prioridade na contratação de talentos em IA, dispostas a pagar quase 50% a mais para recrutar profissionais com essas habilidades. Conforme o Guia Salarial 2023 do setor de TI, os salários podem variar entre R$ 7 mil (para cargos de entrada, como os analistas) e R$ 35 mil (para cargos de gestão). “Teremos que requalificar profissionais, não só para uso da inteligência artificial, mas para outras coisas que não terão mais sentido a partir do momento que a IA passar a fazê-las”, disse Cavagnoli durante o painel.

Segundo o CTO da keeggo, Rogério Athayde, habilidades específicas relacionadas à IA abrangem:

• Programação em linguagens como Python;
• Compreensão profunda de aprendizado de máquina (ML);
• Habilidades analíticas avançadas voltadas para dados;
• Pensamento crítico e capacidade de colaborar interdisciplinarmente.