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04/08/202506/08/2025
Por Ricardo Marques da Silva
Em uma entrevista ao jornal de negócios Dagens industri, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, admitiu que, como a maioria das pessoas, consulta regularmente bots de IA como o ChatGPT e o francês Le Chat para “obter uma segunda opinião” antes de tomar decisões relacionadas à sua função de governar o país. Foi o bastante para que especialistas e parte da imprensa local fizessem uma série de críticas a Kristersson, cujo partido lidera o governo de coalizão de centro-direita da Suécia.
O jornal Aftonbladet, de Estocolmo, por exemplo, publicou um editorial em que acusou Kristersson de ter caído “na psicose da IA dos oligarcas” e de oferecer publicidade gratuita para as big techs. “A pessoa mais poderosa da Suécia opta por recorrer a geradores de dados aleatórios. Quando você pede fatos, o resultado pode ser tão ruim que seria melhor consultar uma cartomante. Por que não recorrer à sua grande e bem paga equipe de especialistas?”, questionou o diário sueco.
O jornal disse ainda que o comportamento de Kristersson representa um risco à segurança do país: “Empresas de IA coletam dados dos usuários e, na pior das hipóteses, o primeiro-ministro pode ter feito perguntas que agora estão vinculadas a ele em um servidor norte-americano. Uma IA quase nunca é melhor do que ler um artigo ou simplesmente sentar e pensar. O primeiro-ministro sueco deveria poder se dar ao luxo disso, em vez de cair em propaganda enganosa e inútil”.
A assessoria do político negou a possibilidade de risco: “Naturalmente, não são informações sensíveis à segurança que acabam lá. Elas são usadas mais como estimativa”, disse seu porta-voz. Porém, especialistas não acham que seja tão simples, e Virginia Dignum, professora de tecnologia na Universidade de Umeå, disse que a IA não é capaz de dar uma opinião significativa sobre ideias políticas e simplesmente reflete as opiniões daqueles que a construíram. “Quanto mais o usuário depende da IA para coisas simples, maior o risco de excesso de confiança no sistema. É uma ladeira escorregadia. Precisamos exigir que a confiabilidade seja garantida. Não votamos no ChatGPT”, disse ela.
Logo em seguida, o próprio Dagens industri, que havia feito a entrevista com Kristersson, assumiu sua defesa e, em reportagem publicada na terça-feira, 5 de agosto, afirmou: “O primeiro-ministro está absolutamente certo em relação à tecnologia de IA. As reações à entrevista de Kristersson sobre IA são estranhas. É claro que o primeiro-ministro deveria usar IA em seu trabalho. Os políticos não devem colocar obstáculos desnecessários no caminho desse desenvolvimento inevitável”.
Em tom editorial, o texto do Dagens industri acrescenta: “O que o primeiro-ministro disse na entrevista foi que ele usa ferramentas de IA com bastante frequência. E o propósito que ele afirma é ter uma ideia do que outros fizeram e perguntar se deveria pensar exatamente o oposto. Ele não disse que inseriu segredos de Estado em nenhum computador e certamente não está deixando a IA superar os funcionários do governo, como sugere a página editorial do Aftonbladet.”.
Ambos os lados defendem seus argumentos, mais com base em suas convicções políticas do que na análise objetiva dos riscos relacionados às ferramentas de IA. De qualquer maneira, foi aberta uma discussão relevante que deu pistas da maneira como os bots estão sendo usados – e por quem.
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