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21/11/202416/06/2023
Por redação AIoT Brasil
No mundo todo, as redações estão prontas para avançar na experimentação das ferramentas de inteligência artificial generativa e entendem o seu potencial, mas, ao mesmo tempo, sabem que há muitos desafios e preocupações a considerar.
Segundo uma pesquisa feita pela Associação Mundial de Jornais (Wan-Ifra, na sigla em inglês) com editores e jornalistas, a maioria dos entrevistados (85%) disse que o aumento do uso da IA generativa afetará seus empregos, enquanto 14% acreditam que não e 5% não têm certeza. Da mesma maneira, 82% afirmaram que as funções da redação mudarão por causa da IA generativa.
Na avaliação da pesquisa, a Wan-Ifra observou que a IA generativa não é uma tecnologia nova, tendo surgido em 2014, mas ganhou um impulso notável em novembro do ano passado, quando a OpenAI lançou a versão pública do ChatGPT: “Cinco dias após o lançamento, o bot já tinha 1 milhão de usuários; depois de 100 dias, 100 milhões, o que o tornou o aplicativo de crescimento mais rápido de todos os tempos”.
Entre os primeiros usuários do bot estava, evidentemente, um grande número de jornalistas, interessados em descobrir as funcionalidades oferecidas e, também, em comprovar se haveria de fato alguma ameaça a seus empregos. A Wan-Ifra lembrou que, para os editores, aparentemente, a IA generativa pode ajudar a tornar o fluxo de trabalho mais eficiente ao apoiar a criação de textos, as correções, as pesquisas e a tradução. Dessa maneira, editores e jornalistas poderiam se concentrar no conteúdo principal, com mais qualidade e volume.
“Por outro lado, a IA generativa apresenta uma série de questões, desafios e sérias preocupações. É de fato uma tecnologia nascente, mas em rápido desenvolvimento, e erros já apareceram”, destacou a associação. “Essencialmente, as ferramentas precisam ‘aprender’ cada vez mais e precisam ser testadas e testadas – tanto pelos criadores por trás da tecnologia quanto pelos que estão na linha de frente, como os editores que a experimentam. Prevenir a disseminação de desinformação, privacidade de dados e regulamentação está ainda mais em jogo com a IA generativa.”
Por tudo isso a Wan-Ifra decidiu fazer a pesquisa com os editores e apresentar algumas questões-chave: quem está impulsionando a adoção da IA generativa nas redações? Como isso afetará as funções e as responsabilidades na redação? Que tipo de resistência está ou não em jogo? Quais são as principais preocupações?
“Os resultados mostram um quadro de otimismo, algum ceticismo, grande potencial, experimentação em movimento, desafios a serem superados e oportunidades a serem aproveitadas. Mas parece que a mídia não está à margem, como tem sido seu ‘modo operacional’ usual ao longo dos anos, com mudanças tão radicais no horizonte”, avaliou a associação.
Outros resultados
De acordo com o relatório da pesquisa, os jornalistas reconhecem o valor e a importância da IA generativa e 70% dos entrevistados veem a tecnologia como uma ferramenta útil para eles e para as redações. Ainda mais importante, quase metade das redações pesquisadas (49%) já está trabalhando ativamente com ferramentas de IA generativa.
Entre os casos de uso, os quatro principais ocorrem, pela ordem, na criação de textos com a aplicação de marcadores e resumos; na realização de pesquisas; na correção de erros de gramática e ortografia e, por fim, no aumento da eficiência do fluxo de trabalho.
Entre as preocupações, os entrevistados admitiram que nem tudo é fácil quando se trata da utilização da tecnologia. A principal apreensão em torno de sua aplicação se concentra nas possíveis imprecisões da informação e na qualidade do conteúdo, conforme indicado por mais de oito em cada dez jornalistas.
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