Edição de fotos movida a IA
Larissa Morimoto, growth manager da Photoroom, fala sobre a estratégia da startup francesa para crescer nesse mercado e aponta novos recursos que estão a caminho
30/10/202427/10/2023
Por Daniel dos Santos
Empresa com 47 anos de mercado, trabalhando sempre com analytics, o SAS é uma das companhias que apostam alto na inteligência artificial. Recentemente anunciou o investimento de 1 bilhão de dólares em IA para o desenvolvimento de soluções analíticas avançadas. E para os próximos anos, a área que terá atenção especial na empresa será a de IA generativa.
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Conversamos com André Novo, country manager da empresa no Brasil, para entender como foi o ano de 2023 para a companhia, conhecer os planos da empresa para os próximos anos na área de soluções com inteligência artificial e sobre a importância da qualidade dos dados utilizados.
AIoT Brasil – Já estamos no final de outubro, 2023 passou voando e eu gostaria que você falasse para o nosso leitor como foi o ano de 2023 para o SAS…
André Novo – Ainda não posso te passar números, mas fechamos o terceiro trimestre no Brasil com crescimento, comparado com o mesmo período de 2022. Estamos crescendo principalmente em receita de novas vendas. Temos duas métricas principais, a receita de novas vendas de software e a receita total, então a gente está crescendo nas duas linhas, o resultado tem sido bom.
Já o último trimestre promete ser desafiador. O Q4 normalmente tem um volume maior de negócios, então tem um pouco mais de pressão. Mas temos confiança de que o resultado de crescimento vai se manter até o final do ano, quando comparado com o ano passado. Analisando as expectativas que a gente tinha para o ano, é um resultado bastante positivo.
AIoT Brasil – E como foi o desempenho das soluções que utilizam inteligência artificial dentro nesse resultado?
AN – A inteligência artificial para o SAS já existe há muitos anos. A gente já trabalha com vários componentes de inteligência artificial, a parte de machine learning, como parte das nossas soluções há bastante tempo. Então não consigo destacar inteligência artificial como o componente principal para os nossos resultados desse ano.
O que é novo, e isso eu posso dizer que ainda não tem um impacto, mas a gente tem uma expectativa bastante grande que vai ter impacto nos próximos anos, já começando no ano que vem, é essa parte da Generative AI. Esse foi o principal foco da apresentação que a Marinela Profi, líder de estratégia de produto para soluções de inteligência artificial do SAS (sabia mais na reportagem SAS anuncia pacote de lançamentos de IA para 2024) fez no evento SAS Innovate (realizado esta semana em São Paulo).
Ela fala bastante sobre como a Generative AI vai ajudar os nossos clientes a terem um resultado melhor no uso de analytics, quando integrado com o SAS. Como você consegue se comunicar com o cliente de uma forma automatizada a partir do uso de algumas ferramentas de IA. Outro ponto importante é a geração de synthetic data. Hoje é muito complicado você gerar uma base fake para você fazer as análises, porque ela tende a ser “viciada” quando você cria algo. E com o uso da inteligência artificial para esse tipo de base, é possível criar uma base mais próxima da realidade, que faz com que você se proteja das questões de LGPD e ao mesmo tempo enriqueça o seu modelo.
AIoT Brasil – E quais setores estão utilizando mais as soluções do SAS? Qual área tem tido maior destaque?
AN – Historicamente, a gente tem uma presença muito forte no setor financeiro, bancos, seguradoras e empresas de serviço financeiro. Para dar exemplos de grandes clientes, temos a Serasa e a B3, que é a bolsa de valores, são dois clientes importantes que o SAS tem. Em termos de destaque, posso dizer que temos vindo muito bem no setor de governo. E falo em governo de uma forma bem ampla, não é só governo federal, também governo estatual e, numa escala um pouquinho menor, o governo municipal. Essa é uma tendência que aconteceu para o SAS nos últimos anos. Eu diria que em 2020, que foi o ano do auge da pandemia, foi um ano muito complicado para a gente em termos de governo. Todos os recursos estavam voltados para o atendimento da pandemia e alguns projetos nos quais a gente estava trabalhando deram uma retraída, seguraram um pouco para poder acontecer depois. Quando chegou 2021, muitos desses projetos estavam represados e começaram a sair. Então 2021 foi um ano bom, 2022 também de crescimento no setor de governo e 2023 tem mantido essa tendência.
AIoT Brasil – Qual foi o maior desafio que vocês enfrentaram em 2023?
AN – Boa pergunta… Eu diria que toda essa movimentação para a nuvem. A gente tem trabalhado bastante com essa migração das nossas soluções para a nuvem e isso demanda bastante atenção do nosso lado. A coisa tem ido bem, mas é um cuidado que a gente tem que ter. A vantagem que o SAS tem é que somos agnósticos em relação a nuvem. Então a gente consegue se adaptar, permitir aos nossos clientes utilizarem SAS em qualquer modelo de nuvem que prefiram. Mas isso é uma movimentação que exige um cuidado muito grande. Um ponto importante é que cada vez mais a gente tem que se preocupar com o custo. Antes a grande preocupação dos executivos de TI era a segurança, hoje passou a ser o custo de nuvem. O custo não era uma preocupação tão grande, agora passou a ser o ponto mais importante. Essa utilização do SAS na nuvem é uma atividade que a gente tem dedicado bastante tempo e que tem crescido bastante.
AIoT Brasil – Há no mercado várias soluções, várias empresas que usam inteligência artificial. Por que que eu deveria escolher uma solução do SAS que usa inteligência artificial e não a de um concorrente?
AN – Não vou falar especificamente de IA, mas sim da solução como um todo. Eu costumo falar para as pessoas o seguinte: o SAS tem uma característica que é uma coisa muito importante para a gente e tem, como tudo na vida, dois lados. Nós somos uma empresa que faz uso de analytics, a gente desenvolve analytics, inteligência analítica desde que a gente nasceu, então são 47 anos na empresa fazendo isso. Ao contrário da maior parte dos nossos concorrentes, não surfarmos as ondas. Nascemos para fazer analytics e continuamos fazendo isso. Tenho 15 anos de SAS e eu já vi isso acontecer em muitos casos. Surge um tema, como foi o Big Data, lá atrás, como foi o próprio uso de inteligência analítica. Tem temas que surgem e várias empresas resolvem investir, pensam assim “como o mercado está demandando, eu vou fazer esse movimento”. Algumas continuam fazendo, mas a maioria, isso é da minha experiência empírica, a grande maioria chega num determinado momento e fala, “isso não é o meu DNA, isso não é o que eu faço melhor ou isso não é o que dá mais dinheiro”.
O SAS não tem essa alternativa, isso é o nosso DNA, a gente vive disso e continua fazendo isso. Isso é um pouco do nosso histórico, respondendo a tua pergunta, por que um cliente deveria escolher o SAS? A gente tem 47 anos fazendo isso e a gente tem um investimento que é muito superior ao que é o padrão de mercado em pesquisa e desenvolvimento. E estamos sempre investindo em melhorar as nossas soluções, em utilizar novas tecnologias. Recentemente anunciamos o investimento de um bilhão de dólares em inteligência artificial para melhorar o desempenho das nossas soluções.
AIoT Brasil – Falando sobre detecção de fraudes, que eu sei que é um mercado importante para vocês, como a inteligência artificial ajuda o SAS na área de segurança?
Um exemplo é o Visual Investigator. Ele basicamente é uma solução que usa bastante analytics e permite identificar, fazer análise de texto, ver informações que estão ali. Você tem, por exemplo, um boletim de ocorrência, uma descrição de um acidente ou de um sinistro que aconteceu. E a inteligência artificial te ajuda a apontar quais são os gaps, o que está faltando de informação que tem ali.
O que você deveria ter de informação para poder analisar aquele caso e você não tem. Então ela já filtra aquela informação com uma análise do texto, está faltando a informação do terceiro envolvido num acidente, por exemplo, e já sugere novos passos. Esse é um dos casos que a gente tem e que pode ajudar bastante a gente na detecção de fraudes. Temos vários casos de sucesso com IA e a parte de generativa está entrando pesado para melhorar o nosso resultado.
AIoT Brasil – Em julho deste ano, nomes importantes da área de tecnologia e empresas de grande porte se uniram, capitaneadas por executivos como Elon Musk, pedindo que fosse feita uma pausa no desenvolvimento da inteligência artificial, que estaria em um caminho perigoso. Qual a sua opinião sobre essa iniciativa? A sociedade precisa se preocupar com a inteligência artificial? Ela é realmente perigosa?
AN – Vou dizer o seguinte: há vários estudos que se faz sobre essa questão de inteligência artificial, principalmente na tomada de decisões. A principal preocupação que o SAS tem é sobre a questão da ética e da confiabilidade no uso de inteligência artificial. Temos uma vice-presidência específica para focar nessa questão da ética e confiabilidade de inteligência artificial. Essa é a nossa principal preocupação. Sei que essa iniciativa que alguns executivos tomaram tem vários aspectos, mas a nossa preocupação principal é como é que eu garanto para o meu cliente que a decisão que ele vai tomar com base na minha ferramenta de inteligência artificial não vai gerar um viés, não vai ter algum tipo de preconceito embutido. E que vai ser confiável, que ele pode confiar naquela definição em vez de você tomar uma decisão que de repente seja errada. Diria que o ponto principal é esse, é ética e confiabilidade.
AIoT Brasil – Até porque a IA vai ser tão boa quanto os dados que ela tiver, não é? Se ela não tiver dados confiáveis, ela não será uma boa IA, certo?
AN – No fundo, boa parte das ferramentas de Generative AI utiliza a informação que elas buscam na internet. Vale a pergunta: vocês confiam em tudo que leem na internet? Se não confiam em tudo, você não pode também confiar em tudo que uma ferramenta de Generative AI te entrega.
O que está sendo bastante utilizado, que eu acho que é o caminho que as empresas vão seguir, é utilizar a ferramenta de IA generativa dentro de um subset de dados da própria empresa, você treinar um modelo, um desses Large Language Models, não com informação toda da internet, mas com a informação da tua base, porque aquela base é confiável, você sabe que o dado que está ali é confiável. E utilizar esses dados confiáveis para ter insights, ter informações, reduzindo o risco de ter informação não confiável. Esse é um dos caminhos que eu acho que as empresas seguirão.
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