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Ferramentas de assédio deepfake ganham espaço na internet

Estudo do Institute for Strategic Dialogue mostra como é fácil encontrar esses sites no X e nos mecanismos de busca

28/10/2025

Ferramentas de assédio deepfake ganham espaço na internet
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Por Ricardo Marques da Silva

As ferramentas que permitem criar deepfakes sexualmente explícitas e não consentidas se espalham pela internet e são facilmente encontradas em todas as mídias sociais, até mesmo por meio de pesquisas simples em buscadores como o Google, o Yahoo e o Bing, apesar dos esforços legais e sociais contra essa prática. Nesse cenário, o X, a rede de Elon Musk, é a plataforma preferencial para a distribuição e discussão de ferramentas de criação do que passou a ser chamado de abuso de imagem íntima sintética (SIIA, na sigla em inglês).

Essas informações foram coletadas em um estudo feito pelo Institute for Strategic Dialogue (ISD), uma organização anti-extremista fundada em Londres em 2006 por Sasha Havlicek e George Weidenfeld. O levantamento analisou 31 sites em busca de ferramentas SIIA, que receberam um total de 21 milhões de visitas por mês, e o X acumulou 70% das menções em sete plataformas e diversos fóruns, blogs e sites de avaliação.

A pesquisa foi liderada por Chiara Puglielli e Anne Craanen, especialistas em ciências políticas e ética, que usaram o SimilarWeb, uma ferramenta de verificação e análise do conteúdo de sites e aplicativos. “Também usamos a capacidade do Brandwatch de separar as menções por fonte para descobrir quais sites hospedavam os maiores volumes de menções”, explicaram.

No sumário executivo do estudo, as pesquisadoras disseram que em maio de 2025 foram identificadas 31 ferramentas SIIA ativas, facilmente encontradas no X, no 4chan e em mecanismos de busca comuns. “Essas ferramentas podem criar deepfakes realistas e explícitas a partir de uma única foto, com potencial para exclusão social, discriminação no trabalho e estresse emocional debilitante para as vítimas, especialmente aquelas em cargos públicos, e, em alguns casos, levaram à morte por suicídio. Mesmo quando removem essas ferramentas, novas versões são rapidamente disponibilizadas, muitas vezes aproveitando a notoriedade de produtos já extintos”, alertaram.

Como solução pelo menos parcial para o problema, o ISD destacou a necessidade de esforços para a remoção desse tipo de conteúdo nas grandes plataformas e de sites que hospedam ferramentas de SIIA nos resultados de busca. “Uma mitigação eficaz requer intervenções em vários pontos do ciclo de vida da SIIA, interrompendo não apenas a distribuição, mas também a descoberta e a demanda. Proteções mais fortes em mecanismos de busca, bloqueio proativo de conteúdo nas principais plataformas e políticas internacionais coordenadas são essenciais para reduzir a escala dos danos”, disse a organização.

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