Por redação AIoT Brasil

O investimento em inteligência artificial está sendo compensador para a 99. No primeiro semestre deste ano, o aplicativo de transportes registrou uma queda de 23% nas ocorrências de assédio, graças a ferramentas que estimulam as denúncias e bloqueiam instantaneamente os agressores.

A tecnologia mais eficaz, segundo a 99, é um rastreador cujo algoritmo analisa as avaliações e os comentários de passageiros e motoristas e identifica denúncias de assédio, automaticamente. O sistema “lê” os comentários e mapeia palavras e contextos relacionados a assédio, o que permite providências mais rápidas do aplicativo.

Thiago Hipólito, diretor de segurança da 99, diz que, atualmente, 80% das denúncias deixadas nos comentários são detectadas pelo rastreador. “Com isso conseguimos priorizar melhor esses casos, o que significa que acolhemos as vítimas mais rapidamente e tomamos medidas como o bloqueio dos agressores de forma imediata”, acrescenta.

O rastreador faz parte de um trabalho desenvolvido em parceria com a consultoria de inovação social Think Eva, que envolveu também a criação de um protocolo de atendimento humanizado. A ferramenta se junta a outras já adotadas pela 99, como a possibilidade de gravação de áudios e o 99Mulher, um programa pelo qual motoristas mulheres podem optar por atender unicamente passageiras do sexo feminino. O aplicativo também está testando um sistema de monitoramento de corridas em que um algoritmo detecta automaticamente paradas longas ou trajetos com tempo acima da média.

Em nome da segurança e do combate ao assédio e à discriminação, outros aplicativos de transporte vêm recorrendo a ferramentas tecnológicas para proteger passageiros, passageiras e motoristas. A Uber, por exemplo, já implantou um mecanismo inteligente que identifica mensagens impróprias de usuários e motoristas, semelhante ao rastreador da 99, e criou o Podcast de Respeito, um conteúdo dirigido a motoristas, para que sejam mais efetivos no combate à violência contra a mulher.