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ONU usa IA para proteger defensores dos direitos humanos

Ferramenta desenvolvida em parceria com a Dataminr será usada para detectar e prevenir o risco de ataques contra ativistas e jornalistas

02/02/2023

ONU usa IA para proteger defensores dos direitos humanos
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Por redação AIoT Brasil

Em 2022, de acordo com a Unesco, foram mortos 86 jornalistas e outros profissionais da mídia em várias partes do mundo, o que significa uma morte a cada quatro dias. Esse foi um dos motivos que levou a Organização das Nações Unidas (ONU) a fazer uma parceria com a empresa norte-americana de inteligência artificial Dataminr, em busca de uma solução tecnológica capaz de detectar e prevenir rapidamente o risco de ataques contra repórteres, ativistas, advogados e outras pessoas que trabalham na defesa dos direitos humanos.

A ferramenta desenvolvida em conjunto com a Dataminr utilizará recursos de IA e análise de dados, na sequência de um acordo de colaboração iniciado em 2019 entre a empresa e o Escritório de Direitos Humanos da ONU, a fim de apoiar iniciativas proativas de proteção. O treinamento do modelo de IA recorreu a 10 categorias de artigos e notícias da mídia online para montar um primeiro banco de dados e, com a plataforma, os profissionais da ONU aprendem a categorizar os incidentes, os locais e se os autores dos ataques são agentes do Estado, entre outros detalhes.

Em entrevista ao site da ONU, o estatístico Marc Titus Cebreros explicou que os documentos públicos podem ser confusos e citou exemplos de artigos que divulgam informações contraditórias sobre o mesmo episódio.
Cebreros e interlocutores costumam se guiar por monitoramento no campo, reportagens da imprensa e até buscas no Google por nomes, incidentes e outras informações. Mas para ele, esse não pode ser um trabalho manual, devido à quantidade de incidentes como assassinatos, sequestros, ameaças e outras ações.

Segundo a Dataminr, a plataforma de IA detecta em tempo real os primeiros sinais de eventos de alto impacto e riscos emergentes, a partir dos dados disponíveis. A ferramenta se baseia na solução First Alert, usada também para enviar avisos relacionados a crises humanitárias e a eventos naturais críticos, como inundações e terremotos. A empresa lembrou que os modelos de IA precisam aprender com os exemplos reais, assim como os seres humanos: “Mas como as máquinas não têm a capacidade de raciocínio que uma pessoa tem, é necessário obter o maior número de dados para completar a tarefa”.

Antes da parceria, a coleta de informações feita pela ONU a respeito de ameaças e ataques a ativistas era um grande desafio. “Sem informações, não era possível compilar relatórios e documentar os riscos enfrentados pelos defensores dos direitos humanos”, disse Cebreros. O primeiro relatório sobre a nova ferramenta documentou todos os processos, passos e instruções de coleta de dados e do modelo de treinamento. O segundo é um repositório que inclui os dados, a preparação e o processamento dos scripts e a avaliação da qualidade da informação.

Ted Bailey, fundador e CEO da Dataminr, completou: “Compartilhamos com nossos parceiros da ONU a visão de um futuro no qual as inovações em IA continuam a servir a um bem público maior e ajudam a revolucionar a velocidade da primeira resposta”.

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#analise de dados#ataques#direitos humanos#First Alert#inteligência artificial#ONU#proteção

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