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Por redação AIoT Brasil

Iniciada há mais de dois anos, em fevereiro de 2022, a invasão da Ucrânia pela Rússia já provocou centenas de milhares de mortos e feridos em ambos os lados, destruiu cidades e resultou em mais de 6,5 milhões de refugiados. Sem solução à vista, a guerra se mantém em uma fase de impasse, em que cada avanço é importante para conquistar apoio político e território, e nesse cenário o governo ucraniano está financiando o desenvolvimento de drones que, com recursos de tecnologia robótica e inteligência artificial, são capazes de mapear áreas e orientar ataques de forma automática.

Parte desse trabalho foi delegado a mais de 200 startups ucranianas, entre as quais a Swarmer, que está desenvolvendo um software que conecta drones em uma rede. A partir das informações fornecidas pelas aeronaves, os militares podem tomar decisões instantaneamente, com a necessidade de apenas um humano em terra para dar sinal verde aos ataques automatizados.

De acordo com especialistas militares, os drones que atuam na Ucrânia são de diferentes tipos e capacidades e alguns têm autonomia limitada, mas o país está perto de criar modelos semiautônomos e totalmente autônomos nesta guerra. Considerando o ritmo acelerado em que a IA se desenvolve, essa situação pode mudar em breve, especialmente porque drones totalmente autônomos fornecem vantagens táticas importantes.

Em uma matéria publicada na última quinta-feira, a Reuters ouviu vários especialistas e destacou as preocupações em relação à ética das armas que excluem o julgamento humano. “Um artigo de pesquisa do Parlamento Europeu de 2020 alertou que tais sistemas poderiam cometer violações dos direitos humanos e acentuar o limiar da guerra. A IA já está sendo usada em alguns ataques de drones de longo alcance da Ucrânia, que têm como alvo instalações militares e refinarias de petróleo a centenas de quilômetros dentro da Rússia”, disse a agência de notícias.

Segundo a Reuters, a Ucrânia espera que a implantação de drones habilitados para IA na linha de frente ajude a superar o crescente bloqueio de sinal feito pelos russos, além de permitir que veículos aéreos atuem em conjunto em grupos maiores, de até 20 aeronaves. Além disso, os drones com recursos de IA estão se tornando essenciais no conflito, à medida que ambos os lados implementam sistemas de guerra eletrônica que interrompem a comunicação entre pilotos e aeronaves.