Por Daniel dos Santos
De um lado, quatorze executivas com vasta experiência na área de TI, com passagens por empresas como Microsoft, Totvs, Santander, Itaú e Serasa, entre muitas outras. De outro, empresas que não possuem a cultura ou mesmo budget para contar em seus quadros com um CIO com décadas de experiência. Assim nasceu a CW360, cooperativa de mulheres com grande experiência na área da tecnologia, que começou a operar este mês, com o objetivo de oferecer a modalidade de CIO-as-a-Service (diretor de tecnologia como serviço). A novidade foi anunciada em primeira mão para o AIoT Brasil.

“Buscamos empresas que queiram agregar esses serviços à sua estrutura, mas que não possuem uma estrutura estratégica de TI, seja por questões financeiras, seja porque nem imaginam como fazer isso”, conta Anita Nascimento (à esquerda), CEO da CW360, executiva de TI com mais de 20 anos de experiência e que ocupou cargos de liderança em empresas como B3, Santander, Grupo Paulista e Cosin Consulting.

Além de Anita, entre as quatorze sócias no negócio estão nomes como Andréa Bonini Marinho Barranha, executiva de TI também com mais de 20 anos de carreira, e que foi diretora de tecnologia da Assurant Seguradora; Cristiane Palmeira Kussuki Menezes, que ocupou cargos de alta liderança em empresas como Mars, Santander, Serasa Experian, Comgás e Accenture; Cristina Maria Martínez Augusto, executiva de TI com mais de 20 anos de experiência e que ocupou cargos de liderança em empresas como Aryzta Brasil (Bimbo); Sonia Maria Castral, com mais de 40 anos de carreira na área de TI (foi alta executiva na Takeda e Bunge); e Eliane Serrano, executiva com mais de 30 anos de experiência, com passagens por empresas como Meta e AB Brasil.

Na mira da CW360 estão, por exemplo, clientes como uma pequena empresa sem estrutura de TI e que precisa da tecnologia para crescer, porém não tem um orçamento ou visão de como fazer ou contratar uma equipe. Nesse caso, a cooperativa de executivas entra com horas de serviço para analisar, propor e estruturar a TI, dentro da especificidade dessa empresa.

“Outro exemplo: uma média empresa que tem uma equipe de tecnologia pequena e enxuta para as necessidades diárias, porém precisa impulsionar seu negócio e quer saber como estruturar melhor sua área de TI de forma estratégica, para ajudar nesse crescimento”, explica Anita.

Entre os objetivos da CW360 também está democratizar o acesso à inteligência artificial, tecnologia que virou o “objeto do desejo” de quase todas as empresas, mas que ainda parece distante para muitas startups ou mesmo pequenas e médias empresas.

“No nosso quadro de executivas, temos diversas especialistas de mercado nesse tema, inclusive com parceria em institutos de estudo e formação, assim estamos em constante evolução no assunto”, afirma Anita. “Queremos ajudar o cliente a crescer e evoluir no seu negócio, de forma eficaz, simples e desmistificando a IA, com resultados efetivos”, completa.

Preconceito na área de TI
Segundo um levantamento divulgado pela Serasa Experian no ano passado, a presença feminina na área de tecnologia ainda é muito pequena no Brasil. De acordo com a pesquisa “Perfil das Mulheres em TI no Brasil”, da Serasa, menos de 1% das mulheres trabalham com tecnologia no país, o que mostra o longo caminho que o país precisa percorrer quando o assunto é sororidade, inclusão e diversidade.

“Mesmo sendo um grupo de mulheres executivas, com um networking que, somado o grupo, passa de 100.000 conexões, os desafios que enfrentamos são gigantes”, afirma a executiva. “Existe sim uma grande barreira, inclusive entre a própria classe feminina. Poucas se interessam em seguir essa formação, por ser um mundo majoritariamente masculino”, afirma.