Ricardo Bloj, presidente da Lenovo Brasil, durante o Tech World 2023

Por Daniel dos Santos

“O que vemos aqui hoje vale mais que um milhão de palavras.” Assim o presidente da Lenovo Brasil, Ricardo Bloj, definiu a apresentação feita pelo engenheiro de software brasileiro Gabriel (que usa a língua de sinais para se comunicar com seus amigos e familiares) da tecnologia da Lenovo que utiliza a inteligência artificial para transformar rapidamente os sinais de libras em texto e áudio (veja demonstração no vídeo abaixo).

Com o uso da câmera do computador ou do smartphone, a pessoa pode fazer os gestos de Libras enquanto um algoritmo faz a tradução simultânea. Para chegar nesse ponto, a Lenovo gravou dezenas de pessoas surdas ou com dificuldade para ouvir que usam a língua de sinais. Esse conteúdo foi processado em servidores para treinar uma inteligência artificial que foi capaz de realizar a tarefa de tradução.

Segundo o projeto Libras da Lenovo, o Brasil conta com mais de 2,3 milhões de pessoas que dependem da linguagem brasileira de sinais para se comunicar. E o objetivo é tornar realidade um mundo onde seja possível a essas pessoas se comunicarem com qualquer um, em qualquer idioma.

A apresentação aconteceu durante o Lenovo Tech World 2023, evento realizado esta semana em São Paulo e que teve como foco a inteligência artificial e o futuro de equipamentos como notebooks e smartphones. Segundo a visão da Lenovo (gigante chinesa que em 2005 comprou a divisão de computadores da IBM e em 2014 comprou a divisão de smartphones da Motorola) estão entrando na era dos AIPCs e dos smartphones com inteligência artificial (que tal um AIPhone?).

“O PC será uma extensão das pessoas, ele sempre estará aprendendo com você, com seus hábitos. E um dia saberá mais de você que você mesmo”, afirma o presidente da Lenovo, empresa que anunciou um investimento de US$ 1 bilhão em inteligência artificial para os próximos três anos. Segundo Bloj, veremos em breve um novo ciclo de substituição de PCs por equipamentos com maior capacidade de computação de borda (a chamada edge computing) e mais recurso de IA. E quem chegar primeiro nesse mercado irá colher bons frutos…