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08/10/202426/08/2022
Por redação AIoT Brasil
A liderança global na área de tecnologia é o que está em jogo na sanção da chamada “Lei do Chips”, assinada pelo presidente norte-americano Joe Biden no dia 9 de agosto, que prevê subsídios bilionários para impulsionar a fabricação de chips e semicondutores nos Estados Unidos.
Essa é a opinião do advogado e consultor Ericson Scorsim, doutor em direito pela USP e autor do livro “Jogo geopolítico entre Estados Unidos e China e as tecnologias de comunicações 5G – Impacto no Brasil, desafios, riscos e oportunidades”.
A nova lei destina verba de 52,7 bilhões de dólares para investimento no setor de semicondutores, além de um crédito fiscal estimado em 24 bilhões de dólares e outros benefícios. De acordo com Scorsim, os semicondutores são essenciais para vários setores produtivos e para as tecnologias de 5G e inteligência artificial.
“Os Estados Unidos pretendem manter sua superioridade, por isso investem na instalação e na modernização da indústria de semicondutores, incluindo verbas para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias por meio de parcerias entre o governo, indústria e universidades”, diz.
Scorsim afirma que o governo norte-americano sabe que o domínio da tecnologia 5G aumentará não apenas a competitividade da economia, mas também servirá ao complexo de defesa nacional: “Os semicondutores são equipamentos essenciais em smartphones, veículos e televisores, mas também podem ser utilizados em mísseis, tanques, aviões e sistemas de comando e controle”.
Uma das possíveis consequências da Lei dos Chips será a realocação de investimentos da empresa TSMC, de Taiwan, um território da China, para os Estados Unidos. O consultor lembra que a empresa é uma das principais fornecedoras de chips para a Apple e, sob pressão do governo norte-americano, suspendeu o fornecimento para a chinesa Huawei. Os benefícios autorizados pela nova lei devem incentivar a TSMC a investir na fabricação de semicondutores no estado norte-americano do Arizona.
O Brasil, com o avanço do 5G, também poderá aproveitar esse rearranjo da cadeia global de semicondutores para criar oportunidades geoestratégicas, políticas e econômicas. “Para isso, será necessária a capacitação institucional de suas políticas industrial e tributária, em ciência e tecnologia e no design regulatório da economia digital baseada em 5G, como têm feito o governo dos Estados Unidos e os de outros países com economia digital avançada”, diz Ericson Scorsim.
#5G#chip#Lei do Chips#semicondutores#subsídio
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