Por Roberto Yang*

A consolidação do home office e os modelos híbridos de trabalho trouxeram às empresas desafios para garantir comunicação segura e mobilidade às equipes. Se o mundo já vivia um processo de transformação digital, sem dúvida ele foi acelerado com a pandemia e vai ganhar ainda mais fôlego com o 5G e a computação de borda, onde as aplicações de IoT (Internet of Things) serão mais estáveis e velozes.

O IoT já vem revolucionando setores da economia como saúde, segurança e agronegócio, entre outros, com a utilização de dispositivos de áudio, vídeo, sensores e até mesmo robôs conectados. Nas empresas, a tecnologia permite aos usuários acessarem remotamente equipamentos corporativos que vão de impressoras a projetores à distância por qualquer dispositivo móvel conectado.

Levantamento recente divulgado pela Microsoft sobre o “futuro do mundo do trabalho” aponta que 70% dos pesquisados querem mais flexibilidade (decidir quando as atividades laborais devem ser remotas ou presenciais). Isso significa que cada vez mais pessoas vão acessar redes corporativas, instaladas em diferentes nuvens públicas ou privadas, fora do ambiente do escritório.

Hoje, a maioria das operações de trabalho remotas acontece em desktops, notebooks ou thinclients, mas a utilização de tablets e celulares para atividades laborais vem crescendo junto com a mobilidade dos colaboradores. Pesquisa da instituição comercial sem fins lucrativos Mobile Ecosystem Forum (MEF), em parceria com a On Device Research, realizada em janeiro deste ano com 6,5 mil brasileiros, aponta que 66% dos trabalhadores do Brasil aderiram ao uso de smartphones pessoais para realizar tarefas profissionais, número 5% maior que o registrado em 2019.

Com a modernização das tecnologias de comunicação mobile, a tendência é que dispositivos móveis, sobretudo telefones, sejam cada vez mais adotados como ferramentas de trabalho. Nesse cenário, a política BYOD (Bring Your Own Device) tem sido a estratégia de companhias empenhadas em oferecer melhores experiências aos seus funcionários.

Junto com o BYOD vem a necessidade de prover escritórios virtuais (workspaces) flexíveis e com interfaces adaptáveis a diferentes configurações de aparelhos, tamanhos de telas e velocidade de internet. E hoje é possível rodar aplicações de workplace em equipamentos intermediários e de custo acessível.

Mas, se por um lado, a liberdade de acessar o escritório remotamente e em qualquer hora e lugar mantém a produtividade e garante a continuidade das operações, por outro, traz desafios em relação à forma como arquivos e aplicações são acessados e compartilhados, especialmente quando se trata de um equipamento de uso pessoal que também está conectado a outros dispositivos domésticos menos seguros, como lâmpadas, TVs, consoles de games ou assistentes virtuais.

A preocupação com a segurança de dados no universo do IoT não é novidade. Há cinco anos, o Gartner já anunciava expressivos gastos mundiais em segurança da internet das coisas. Mais recentemente, pesquisas de mercado comprovaram elevado aumento no número de invasões nas redes por meio de dispositivos conectados e dados do setor apontam que o número de ataques em ambiente IoT mais que dobraram no primeiro semestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano anterior.

É aí que uma estrutura de virtualização com acesso delimitado ao ambiente da empresa, por meio de soluções de workplace que incluem hierarquias de acesso e monitoramento do usuário, desde o login, garante a proteção de dados e aplicações sensíveis. Deste modo, as organizações conseguem prover a melhor experiência ao usuário nas atividades remotas, dentro do ambiente digital da empresa e com regras de acesso e segurança pré-estabelecidas por ela.

*Roberto Yang é consultor da Populos