Por Ricardo Marques da Silva

A inteligência artificial generativa foi utilizada em mais da metade dos ataques recentes contra empresas brasileiras, fato que vem aumentando o nível de estresse nas equipes de TI. Em contrapartida, a maioria absoluta dos profissionais da área de cibersegurança acredita que a tecnologia será fundamental no combate às violações em 2024 e destaca o potencial da IA em se tornar uma das principais soluções no futuro.

Esses são alguns dos dados citados no relatório “The State of Cybersecurity in LatAm 2024”, que entrevistou profissionais e tomadores de decisão em cibersegurança de empresas do Brasil, México, Colômbia e Argentina para mapear o cenário da área na América Latina. O estudo foi conduzido pela Dimensional Research, por encomenda da ManageEngine, uma divisão da Zoho Corporation que fornece soluções de gerenciamento de TI empresarial.

Foram ouvidos 705 profissionais de empresas de diferentes portes, em janeiro deste ano, e, segundo Tonimar Dal Aba, gerente técnico da ManageEngine, as empresas brasileiras estão cada vez mais conscientes do desafio de garantir ambientes de trabalho seguros: “Nossa pesquisa destaca um cenário em evolução no Brasil, com as empresas enfrentando riscos aumentados, mas também demonstrando compromisso em melhorar sua postura por meio de treinamento e adoção de tecnologias avançadas como a IA e soluções inovadoras de proteção dos seus ativos digitais”, explicou.

De acordo com o estudo, 54% das empresas do Brasil enfrentaram mais ataques em 2023 do que em todos os anos anteriores. Como resultado do número maior de problemas de segurança, 66% dos entrevistados brasileiros (o maior índice entre os países pesquisados) relataram aumento no nível de pressão e estresse nas equipes de TI.

Contudo, 97% dos entrevistados no Brasil acreditam que IA será fundamental para a criação de sistemas de defesa em 2024. Aproximadamente 90% dos executivos disseram que confiam em soluções de cibersegurança habilitadas por IA para fazer as mudanças apropriadas. Além disso, 38% das empresas do país já utilizam IA em todas as suas soluções de cibersegurança, o percentual mais alto entre os países pesquisados.

Em relação às regulamentações locais e internacionais de proteção de dados, 81% dos entrevistados afirmaram que suas empresas estão totalmente em conformidade, mas 14% esperam alcançar essa meta até o final de 2024. Entre os desafios apontados para atingir esse objetivo estão o atendimento dos requisitos específicos de conformidade de seu setor de negócios (41%), a garantia de controle adequado ao compartilhar dados com parceiros (38%) e as dificuldades de elaboração de um relatório de conformidade (34%).