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IA generativa: importante na vida, nas artes e no mundo

O humano é essencial em toda essa jornada ao determinar o perfil criativo, informativo e útil.  É ele que garante o uso da IAG para o bem e não para o mal.

06/08/2024

IA generativa: importante na vida, nas artes e no mundo
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* Por Luciana Miranda

Atualmente, uma Buzzword que qualquer pessoa sabe e usa é inteligência artificial (IA): ela tomou conta das rodas de conversas, das operações das empresas e não é apenas uma passagem, ela veio para ficar. A IA possui alguns modelos e  o termo do momento é inteligência artificial generativa (IAG), que é capaz de aprender com todas as “pegadas” que deixamos pela internet para gerar informações e, a partir daí, gerar respostas para perguntas que fazemos por meio de comandos que são chamados de prompt.

Mas o que fez esse “boom” acontecer para uma tecnologia que já não é nova? Ela se aproximou do uso comum e ficou mais simples. Isso porque a IAG é uma tecnologia que pode gerar novos conteúdos, como texto, imagens e música, por ser “treinada” em um conjunto de dados.

Mas é importante lembrar que a IAG é uma ferramenta e, como qualquer ferramenta, pode ser usada para o bem ou não. É nosso papel garantir que seja usada de forma responsável e que a sociedade seja protegida do mal uso dessa tecnologia.

Eu gosto muito de salientar  que o humano é essencial em toda essa jornada ao determinar o perfil criativo, informativo e útil.  É o humano que garante o uso da IAG para o bem e não para o mal. Essa é nossa maior tarefa frente a esse futuro. Vou destacar a seguir exemplos da “IAG do bem”.

Uso diário

No dia a dia, usamos mapas com rotas e planilhas que nos ajudam a criar fórmulas sem precisar ser especialistas. Outros exemplos de como as pessoas estão utilizando a IAG positivamente são:

  • Conteúdo criativo –  pode gerar poemas, histórias e peças musicais. A OpenAI criou o modelo de linguagem GPT-3 que pode gerar texto de qualidade humana em resposta a uma ampla gama de perguntas.

  • Escrita –  pode escrever diferentes tipos de conteúdo, como artigos e e-mails, com correção. O Grammarly usa IA para verificar erros gramaticais e ortográficos em textos escritos por humanos.

  • Respostas – pode responder a perguntas de forma informativa. A Siri e o Google Assistant usam IA para responder a perguntas sobre uma ampla gama de tópicos.

Uso em marketing

A IAG também está presente no marketing, principalmente nas ações de internet e das redes sociais, tais como relevância de conteúdo (analisando padrões de navegação e interações) e experiência de usuário (engajá-lo ao personalizar o conteúdo e os anúncios).

Uso em educação

Na educação, a IAG possibilita aumentar o interesse dos alunos por meio de:

  • Aprendizagem personalizada e adaptativa – analisa, em tempo real, o progresso e as necessidades dos alunos, ajustando suas experiências com base em dificuldades e facilidades de aprendizado.

  • Tutores virtuais – pode criar tutores virtuais com atenção individualizada que ajuda os alunos com suas tarefas.

Uso na arte e na música

Um campo de aplicação interessante da IAG é a criação de arte e música a partir de uma base de dados e estilos artísticos. As Redes Neurais Generativas Adversariais (GANs) e as Redes Neurais Autoencoder Variacional (VAEs) são tecnologias usadas para esse propósito. Artistas como John Whitney (animador computacional), Vera Molnar (artista computacional), SKYGGE (músico), Refik Anadol (designer), Mario Klingemann (artista computacional) e Robbie Barrat (designer) exploraram a IAG em suas obras.

No entanto, essa situação proporciona questões de propriedade intelectual. Quem deve receber o crédito? Seria o programador, a máquina ou o usuário que forneceu os parâmetros iniciais para a criação da obra? Essas questões ainda não possuem respostas definitivas.

No Brasil, há uma discussão importante do uso de imagens de artistas que já morreram em propagandas, como o caso da Elis Regina na propaganda da Volkswagen: o  Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (CONAR) entrou com uma representação ética contra a propaganda por queixas de consumidores sobre respeitabilidade e sobre ficção x realidade.

IAG e o Futuro
A IAG está redefinindo as fronteiras e indicando um futuro em que será parte integrante de quase todos os setores. Na medicina, algoritmos de IA estão sendo treinados para criar simulações de tecidos e órgãos humanos, o que pode revolucionar a maneira como estudamos doenças e desenvolvemos tratamentos.

Na engenharia, pode criar modelos de infraestruturas, permitindo que os engenheiros testem suas soluções em ambientes simulados antes de colocá-las em prática. As cidades inteligentes do futuro provavelmente serão moldadas pela IAG, com sistemas de IA controlando o fluxo de tráfego, gerenciando os recursos de energia e ajudando a projetar espaços urbanos. Além disso, a IAG também pode ajudar cientistas a entender melhor os efeitos das mudanças climáticas e a desenvolver estratégias eficazes para mitigá-los.

Democratização
A capacidade de inovação a partir da IAG está democratizando a criatividade. À medida que a IAG se torna mais presente, a necessidade de consciência e educação digital também aumenta. Entender como esses sistemas funcionam e como podem ser usados é um componente essencial para navegar com segurança.

É fundamental que sejam desenvolvidas políticas e regulamentações adequadas para garantir que a IAG seja utilizada de maneira correta: as questões sobre privacidade de dados, segurança, equidade e responsabilidade precisam ser abordadas para garantir que a IAG seja usada de maneira que beneficie a todos, sem aumentar as desigualdades ou prejudicar os direitos individuais.

Por fim, enquanto nos preparamos para acolher a IAG em nosso futuro, devemos também nos esforçar para moldar esse futuro de uma forma que respeite os valores humanos e promova o bem comum.

*Luciana Miranda é VP e CMO da AP Digital Services

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#AI#artes#IA#IAG#inteligência artificial#inteligência artificial generativa#música

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