IA generativa e sua importância no ambiente corporativo
Em seu novo artigo, Marcelo Ciasca, CEO da Stefanini Brasil e colunista do AIoT Brasil, fala sobre os desafios do uso da inteligênciaartificial nas empresas
28/08/2023Por Marcelo Ciasca
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Por Marcelo Ciasca*
O leque de desafios determinado pela integração da Inteligência Artificial (IA) no cenário corporativo atual é imenso, crescente e dinâmico. Aos olhos de quem está à frente da gestão das empresas, o tema só se potencializa e ganha contornos ainda mais emblemáticos. Mas como acompanhar esse movimento acelerado e se preparar para ter o melhor aproveitamento nos negócios e absorver todo esse arsenal de oportunidades aplicado aos negócios?
Avançando passos nesse sentido, nos deparamos com a chamada IA generativa, um tipo de IA utilizada para a criação de diferentes conteúdos. É por meio dela que uma série de técnicas pode ser transformada em conteúdos já existentes para aprender e fazer as suas próprias adaptações.
E como fazer o melhor uso da IA generativa? Isso só é possível porque essa IA específica também envolve a aplicação do machine learning, ou seja, é uma inteligência artificial que pode ser bem treinada. Esse treinamento, ou processo de aprendizado, resulta em um modelo estatístico que propõe que o sistema apresente um prompt de comando e só, então, a IA generativa entra em ação definindo o modelo estatístico para executar suas análises.
É a IA generativa que define a avaliação mais apropriada como resposta para atender aos próximos comandos e passa a gerar um novo conteúdo. Mas aqui vale ressaltar um ponto bastante importante: ter o entendimento de que essa Inteligência Artificial não passe a criar nada novo. Na verdade, o processo é uma derivação, pois ele é baseado em algo que já existe.
Em recente estudo global do IBM Institute for Business Value, tivemos uma radiografia para entender melhor como executivos e CEOs encaram esse movimento de ascensão da IA generativa. A pesquisa mostra que 41% dos líderes brasileiros têm dificuldade de identificar insights a partir dos dados com os quais trabalham. A média global é de 40%.
Foram ouvidos mais de 3 mil CEOs de 24 indústrias em mais de 30 países. Entre os desafios, destacam-se também cálculos pouco claros (44%). Sem dúvida, esse é um universo bastante desafiador, sem contar que é novo e amplo. Mas é inegável o mar de possibilidades que a IA Generativa oferece às corporações.
Um ponto que me chamou a atenção e é muito positivo é que esse estudo aponta para a alta confiança na tecnologia: 76% dos CEOs que atuam no País confiam nos dados operacionais internos das empresas como principal fonte de informação para tomada de decisões estratégicas. E 75% dos executivos C-levels acreditam que a vantagem competitiva vai depender de quem tem mais IA generativa avançada.
Diante dessas evidências otimistas, vale um olhar atento das empresas para extrair os melhores insights e obter resultados ainda mais expressivos. A IA generativa já é realidade e cada vez mais passa a integrar a estratégia de muitas organizações. As aplicações são as mais variadas, mas a maioria delas tem como principal objetivo a experiência e a retenção do cliente.
Entre os diferentes cenários de aplicação, a IA generativa tem espaço amplo para uso em processos de automação, engenharia, áudio, música e jogos. As possibilidades são muito diversificadas e pode atuar em diferentes setores de um negócio seja para personalização de estratégias, para ampliar a eficiência operacional ou ainda destacar-se como um diferencial competitivo. Há, portanto, uma demanda maior por parte das empresas em empregar a tecnologia para ter melhores processos, mais escala e custo-benefício para os negócios.
*Marcelo Ciasca é CEO da Stefanini Brasil, empresa da área de soluções digitais