Governos precisam ir além da tecnologia para avançar em IA
Foco em capacitação e na transformação cultural estão entre os principais fatores que podem contribuir para a evolução da inteligência artificial no setor público
24/04/2025Por André Novo23/04/2025Por Marcio Aguiar
Por muito tempo, a inteligência artificial esteve conectada a contextos digitais, operando principalmente em softwares, algoritmos e modelos baseados em dados. O principal papel dessa técnica era analisar informações, prever tendências e automatizar processos virtuais. No entanto, essa realidade está mudando. A IA agora ultrapassa as barreiras do digital e se integra ao mundo físico, permitindo que máquinas não apenas processem informações, mas também interajam e influenciem diretamente o ambiente ao seu redor.
A IA física ou physical AI nada mais é do que a integração da inteligência artificial com sistemas robóticos e sensores capazes de atuar no mundo físico. Diferente da IA tradicional, que opera apenas em ambientes computacionais, a IA física combina percepção, raciocínio e ação, permitindo que máquinas aprendam, tomem decisões e interajam com o ambiente de maneira autônoma e adaptativa.
Na prática, isso significa robôs industriais que não apenas executam tarefas programadas, mas que aprendem com seu ambiente para se tornarem mais eficientes. No setor de manufatura e logística, por exemplo, robôs industriais inteligentes são capazes de aprender com os operadores humanos, se adaptar a diferentes tipos de atividades e realizar ajustes em tempo real para melhorar a eficiência. Hoje, existem robôs autônomos em armazéns inteligentes que gerenciam estoques e realizam entregas internas com agilidade.
Outro exemplo de aplicação da IA física são os veículos autônomos que utilizam visão computacional, sensores e algoritmos de deep learning em ruas, estradas e centros urbanos. Treinando esses veículos em IA física, é possível detectar pedestres com mais precisão e transitar por faixas de trânsito com segurança. Na área da saúde, robôs cirúrgicos aproveitam essa tecnologia para realizar tarefas complexas, desde cirurgias até a reabilitação dos pacientes.
Há também os robôs humanoides, projetados para imitar movimentos e comportamentos humanos. Eles são equipados com sensores e algoritmos de aprendizado, e podem atuar em atividades na indústria, em atendimento ao cliente, na organização de tarefas domésticas, entre outros. Por ter um formato humanizado, isso facilita a interação com as pessoas, tornando a colaboração entre humanos e máquinas mais intuitiva.
E os dados reforçam o que estamos discutindo. De acordo com um relatório da Goldman Sachs Research, os robôs podem representar um mercado de US$ 6 bilhões nos próximos anos. Já uma análise do banco de investimentos australiano Macquarie aponta que o mercado global de robôs humanoides poderá atingir US$ 139 bilhões até 2035.
Diante disso, a IA física não representa apenas mais uma inovação tecnológica, ela pode se tornar uma evolução estratégica para as empresas. Ao permitir que sistemas inteligentes atuem no mundo físico, as organizações podem alcançar níveis inéditos de automação, eficiência e personalização.
No meu ponto de vista, a era da IA física já começou. Estamos observando uma transformação profunda na forma como a inteligência artificial interage com o mundo e molda a realidade ao nosso redor. É um novo capítulo de possibilidades e, para os negócios, isso representa mais do que uma vantagem competitiva: é uma oportunidade de reinventar processos, produtos e experiências.
Marcio Aguiar é diretor da divisão Enterprise da Nvidia para América Latina
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