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IA e criptomoedas provocam forte impacto ambiental

Estudo divulgado pela ONU afirma que a economia digital requer muita matéria-prima e um consumo excessivo de energia e água potável

01/08/2024

IA e criptomoedas provocam forte impacto ambiental
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Por redação AIoT Brasil

A economia digital e a mineração de bitcoins estão provocando um impacto ambiental muito maior do que se imaginava, na medida em que envolvem a busca acelerada pela extração de minerais e um aumento considerável no consumo de água potável e energia. Este alerta foi feito pelo Escritório da Organização das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), que alertou ainda para o fato de que o problema afeta, principalmente, os países em desenvolvimento.

De acordo com o Relatório da Economia Digital 2024,  divulgado pelo Unctad, o uso crescente de novas tecnologias contribui significativamente também para o aumento das emissões de gases de efeito estufa e da poluição. O documento ressalta a preocupação com o esgotamento de matérias-primas finitas e o descarte crescente de resíduos relacionados à digitalização.

Em relação à mineração de bitcoins, o relatório mostrou que o consumo global de energia por esse ecossistema aumentou cerca de 34 vezes entre 2015 e 2023 e atingiu 121 terawatts. “No caso da empresa Microsoft, estima-se que o treinamento do GPT-3, um modelo de linguagem no qual o ChatGPT se baseia, consumiu diretamente 700 mil litros de água potável para resfriamento”, explicou o Unctad.

O escritório da ONU acrescentou: “Os países em desenvolvimento são fundamentais na cadeia global de suprimentos de minerais e metais de transição, essenciais para a mudança para tecnologias digitais e de baixo carbono. O continente africano detém reservas significativas, que incluem 55% do cobalto mundial, 47,65% do manganês, 21,6% do grafite natural, 5,9% do cobre, 5,6% do níquel e 1% do lítio. Segundo o Banco Mundial, a demanda por insumos necessários para a digitalização, como grafite, lítio e cobalto, pode aumentar 500% até 2050”.

No caso específico do Brasil, o documento destacou a existência de grandes reservas de minerais de transição, já que o país responde pela produção mundial de 26% do grafite natural, 19% de elementos de terras raras, 14% do manganês, 12% do níquel e 9% da bauxita. Segundo o Unctad, cerca de 11.670 km2 do desmatamento da floresta amazônica brasileira observados entre 2005 e 2015 foram causados pela mineração, o que representa cerca de 9% da perda total de floresta no período.

Rebeca Grynspan, secretária-geral do Unctad, afirmou: “É importante que se faça uma abordagem equilibrada que aproveite o poder da digitalização para promover o desenvolvimento inclusivo e sustentável, mitigando ao mesmo tempo os impactos ambientais negativos. Também é necessária uma transição para uma economia digital circular, caracterizada pelo consumo e pela produção responsáveis, pela utilização de energias renováveis e pela gestão abrangente dos resíduos eletrônicos. Isso significa priorizar a reciclagem, a reutilização e a recuperação de materiais digitais”.

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