Por redação AIoT Brasil

Pesquisadores das universidades de Oxford, na Inglaterra, e de Bogazici, na Turquia, desenvolveram um novo sistema de inteligência artificial capaz de permitir que veículos autônomos se adaptem a condições climáticas desafiadoras e potencialmente perigosas. Os resultados foram publicados em setembro na revista científica Nature Machine Intelligence, com destaque para a capacidade da IA de aperfeiçoar os sensores de localização do veículo e permitir a navegação mesmo quando ocorrem chuvas fortes, nevascas, tempestades de granizo ou neblina.

Para chegar a isso, a equipe de cientistas criou um modelo de aprendizado profundo autossupervisionado que faz uma estimativa precisa dos movimentos do veículo em relação aos objetos externos, um componente crucial do sistema de direção autônoma. A solução consegue combinar informações detalhadas dos sensores visuais, que podem ser interrompidos por condições adversas, e dados de fontes externas imunes ao clima, como radares, para que o veículo circule em diferentes condições climáticas.

No artigo de apresentação do projeto, os cientistas britânicos Niki Trigoni e Andrew Markham e os turcos Yasin Almalioglu e Mehmet Turan explicaram: “Em vários experimentos, demonstramos o desempenho robusto para todos os climas e em condições diurnas e noturnas. Além disso, empregamos uma abordagem de teoria dos jogos para analisar a capacidade de interpretação das previsões do modelo, ilustrando os modos de falha independentes e não correlacionados do sistema multimodal. Prevemos que nosso trabalho levará os veículos autônomos um passo mais perto da direção segura e confiável em todas as condições climáticas”.

Em uma matéria publicada no portal da Universidade de Oxford, o professor Niki Trigoni, um dos supervisores da pesquisa, disse: “A capacidade de posicionamento preciso fornece uma base para inúmeras funcionalidades principais de veículos autônomos, como planejamento de movimentos, previsão, consciência situacional e prevenção de colisões”.

Outro coautor do estudo, o professor Andrew Markham, do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Oxford, acrescentou: “Estimar a localização precisa dos veículos autônomos é um marco crítico para alcançar uma condução confiável em condições desafiadoras. Nosso estudo explora efetivamente os aspectos complementares de diferentes sensores para ajudar os veículos sem motorista a circular em cenários difíceis”.