Surge uma nova modalidade de golpe com vídeos deepfake
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18/09/202412/09/2023
Por redação AIoT Brasil
Impulsionado pela avalanche de notícias falsas e manipulação de imagens em eleições recentes ocorridas no mundo, particularmente nos Estados Unidos e no Brasil, o Google decidiu impor novas regras de uso de inteligência artificial em campanhas políticas em suas plataformas, entre as quais o YouTube. Contudo, tudo indica que a iniciativa terá pouco resultado prático, na medida em que a utilização de IA não foi vetada, limitando-se à obrigação de publicar um aviso de que a tecnologia foi utilizada.
A nova política se aplica ao conteúdo de imagens, vídeos e áudios, com entrada em vigor prevista para meados de novembro deste ano, e o anúncio que não cumprir as exigências será derrubado. Não por coincidência, as regras passam a valer exatamente um ano antes da eleição presidencial norte-americana de 5 de novembro de 2024, que, se não houver mudanças no cenário político, deverá ser disputada novamente entre o atual mandatário, Joe Biden, e Donald Trump, candidato derrotado em 2020.
Hoje, entre outras acusações enfrentadas por Trump, está exatamente o uso reiterado de notícias falsas contra seu opositor na campanha anterior. Ironicamente, agora Trump também se torna vítima de deepfake, depois da divulgação de um anúncio feito com IA em que aparece abraçado a Anthony Fauci, que foi o responsável pelo combate à pandemia no país e se tornou uma figura tóxica, muito criticado até pela direita. O vídeo foi imediatamente compartilhado pelo governador da Flórida, Ron DeSantis, que disputa com Trump a indicação pelo Partido Republicano.
Em abril, os republicanos já haviam publicado um anúncio controverso gerado por IA para mostrar uma falsa versão de como ficariam os Estados Unidos se Biden for reeleito. Com imagens manipuladas, a mensagem tentou causar medo nos eleitores ao exibir lojas fechadas, militares nas ruas e grupos de imigrantes provocando distúrbios – tudo sem nenhuma base factual.
Esses dois episódios são, provavelmente, uma antecipação do estrago que o uso mal-intencionado da tecnologia poderá causar na campanha eleitoral norte-americana. Em agosto, a Comissão Federal de Eleições daquele país havia manifestado preocupação com essa possibilidade e defendeu a regulamentação urgente do uso de deepfakes geradas por IA em anúncios políticos. Alguns deputados rapidamente divulgaram elogios à iniciativa do Google, mas lembraram que ainda é pouco, já que o risco anunciado requer medidas mais efetivas.
A intenção é que, além da iniciativa do Google, regras específicas contra a divulgação de notícias falsas manipuladas por IA sejam criadas também por plataformas como Instagram, WhatsApp, TikTok e Facebook. Além disso, analistas defendem a aprovação de leis claras para o combate ao uso de deepfake em campanhas políticas, a fim de evitar problemas mais graves.
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