IA supera testes clínicos na previsão de demência
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23/07/202428/08/2023
Por redação AIoT Brasil
Uma extensa pesquisa publicada na revista científica Nature Medicine utilizou algoritmos de aprendizagem profunda para identificar pessoas propensas a contrair câncer de pâncreas e, assim, antecipar o diagnóstico e aumentar a chance de sobrevida. O estudo foi realizado por cientistas de universidades dos Estados Unidos e da Dinamarca, com base em dados clínicos de mais de 9 milhões de pacientes.
De acordo com os pesquisadores, o câncer de pâncreas registra uma incidência crescente no mundo, com alta taxa de mortalidade, principalmente por causa do diagnóstico tardio. “No entanto, os pacientes que são diagnosticados no estágio inicial da doença podem ser curados por uma combinação de cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Assim, a melhor compreensão dos fatores de risco para o câncer de pâncreas e a detecção em estágios iniciais têm um grande potencial para melhorar a sobrevida dos pacientes e reduzir a mortalidade geral”, afirmou o estudo.
Na busca de técnicas capazes de antecipar o diagnóstico, os pesquisadores da Harvard Medical School e da Universidade de Copenhague, em colaboração com outras instituições norte-americanas, treinaram modelos de aprendizado de máquina para a avaliação de prontuários médicos e fatores de risco, como o histórico de doenças na família. Ao mesmo tempo, rastrearam indicadores biológicos associados ao câncer de pâncreas, testaram várias versões de modelos preditivos e concluíram que as análises feitas a partir da IA foram tão precisas quanto um teste de sequenciamento genético.
Dessa maneira, a IA pode ser usada para fazer o monitoramento preventivo e a análise de riscos, com impacto significativo nas taxas de diagnóstico precoce, que atualmente são muito baixas – em torno de 12% no estágio inicial da doença. Porém, a aplicação desses recursos esbarra na ausência de dados clínicos dos pacientes, por questões de ética e privacidade.
Em entrevista ao Brazil Journal, Chris Sander, pesquisador da Harvard Medical School e um dos coordenadores do estudo, disse que as pessoas deveriam ser incentivadas a compartilhar suas informações genéticas e biológicas e seu histórico médico. Nos Estados Unidos, esse compartilhamento pode ser feito por meio da adesão ao programa All of US, do National Institute of Health, que quer construir o maior banco de dados de saúde da história.
“O potencial para as aplicações de IA na biomedicina são enormes. Mas, para explorar ao máximo essas possibilidades e aperfeiçoar a precisão de aprendizagem dessas ferramentas, precisamos de muito mais dados a respeito do histórico médico das pessoas”, afirmou Sander.
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