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Cresce o uso de drones com IA como armas de guerra na Ucrânia

Último pacote de ajuda dos Estados Unidos incluiu uma série de aeronaves não tripuladas que representam a nova “guerra eletrônica”

02/03/2023

Cresce o uso de drones com IA como armas de guerra na Ucrânia
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Por redação AIoT Brasil

A invasão da Rússia à Ucrânia completou um ano em fevereiro e segue sem solução à vista, mesmo depois de provocar um considerável impacto na economia global e mobilizar a participação intensiva dos Estados Unidos e das grandes potências europeias. Ao mesmo tempo, como ocorre em todos os conflitos, a guerra está servindo como laboratório de testes críticos de novas tecnologias, entre as quais se destacam os drones equipados com inteligência artificial e outros recursos.

A imprensa internacional especializada em produtos bélicos afirma que desde setembro de 2022 a Rússia vem usando enxames de drones “kamikazes” contra alvos ucranianos, provavelmente dos tipos Zala KYV-UAV e Shahed 131 e 136, o primeiro russo e os dois últimos fabricados no Irã, que se autodestroem ao explodir no momento do impacto. Também do Irã vêm os Mohajer-6, de vigilância, que, como os Shahed, são produzidos com peças compradas de empresas norte-americanas e europeias – o que dá uma ideia de como é obscuro o mercado de itens de guerra.

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Do outro lado das trincheiras, no mais recente pacote de ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia, anunciado em fevereiro, no valor de aproximadamente 2 bilhões de dólares, estavam incluídos veículos aéreos não tripulados avançados, que, por serem pequenos, conseguem escapar dos radares russos. De maneira geral, ambos os países usam drones de última geração para reconhecimento aéreo e vigilância, envio de mensagens em tempo real e em ataques com mísseis, além dos “kamikazes”, que são a própria bomba.

Um dos modelos testados na guerra é o Bayraktar TB2, fabricado na Turquia, com 6,2 metros de comprimento e 12 metros de envergadura, capazes de atingir a velocidade de 217 km por hora. Podem carregar até 700 kg de bombas e mísseis guiados a laser e custam cerca de 1 milhão de dólares cada um.

Especialistas militares afirmam que, embora já tenham sido usados em outros conflitos, os drones nunca tiveram um peso tão grande quanto o que se observa na Ucrânia. Também chama atenção a presença de modelos desconhecidos, que podem ter um alcance de até 1 mil km e novos recursos tecnológicos, supostamente fabricados por meio de uma joint venture entre a empresa ucraniana Motor Sich e a turca Baykar. Com esse alcance, seria possível realizar ataques em território russo, como o que ocorreu recentemente à base aérea de Kursk.

Apesar dos insistentes pedidos da Ucrânia, seus aliados ocidentais continuam protelando o envio de aviões de caça, e nesse cenário os drones se tornam fundamentais como arma de ataque e defesa aérea. O arsenal ucraniano seria reforçado com o envio de novos drones, como o ALTIUS-600, o AeroVironment Jump 20 e o Switchblade 600, como tem sido comentado nos meios especializados.

O ALTIUS-600 é um drone pequeno fabricado nos Estados Unidos por uma subsidiária da startup de defesa Anduril, baseado em inteligência artificial, que possui um sistema modular com um cone de nariz que pode ser equipado com uma série de sensores ou cargas úteis e testado como uma plataforma de guerra eletrônica. O AeroVironment Jump 20 é capaz de decolar e pousar verticalmente e pode realizar missões de vigilância por mais de 14 horas, com um alcance de cerca de 200 km. Já o Switchblade 600 tem um alcance maior e alto poder de fogo para ataques contra tanques.

Drone norte-americano ALTIUS-600 que deverá ser enviado à Ucrânia/Reprodução Anduril

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#aeronaves não tripuladas#drone#guerra eletrônica#guerra na Ucrânia#inteligência artificial

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