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20/09/202423/05/2024
Por redação AIoT Brasil
Aumenta a cada dia o número de notícias a respeito do lançamento e de autorizações de testes de veículos autônomos que, por meio de recursos avançados de inteligência artificial e internet das coisas, dispensam a ação do motorista. Porém, a tecnologia embarcada também é sujeita a riscos e pode se tornar alvo de ataques de hackers, que conseguem acessar dados pessoais do motorista e até mesmo tomar o controle do carro.
Quem afirma isso é Leonardo Baiard, especialista em cibersegurança da DataRain, uma empresa paulista parceira da Amazon Web Services (AWS), que fornece soluções de big data e IA. “Os carros autônomos representam o futuro da mobilidade, mas é imperativo que avancemos com cautela e responsabilidade, garantindo a segurança não apenas dos veículos, mas também dos ocupantes e pedestres ao nosso redor. É preciso garantir que não haja interferências externas capazes de causar efeito inverso numa tecnologia voltada justamente para proteger vidas”, afirmou.
De acordo com Baiard, a cibersegurança emerge como um pilar fundamental na jornada de automação completa. Contudo, por mais complexas que sejam as contramedidas adotadas pelos fabricantes, ainda existem vulnerabilidades: “Os riscos de ataques hackers direcionados a esses carros e seus sistemas de IA são variados e potencialmente catastróficos. Desde a extração de dados pessoais até mesmo a perda de controle do veículo, as ameaças requerem medidas personalizadas proativas e robustas”.
Baiard explica que os problemas podem ocorrer porque a IA nos carros autônomos opera para processar dados do ambiente, tomar decisões de trajetória e utilizar técnicas de aprendizado de máquina para aprimorar a condução do veículo. Esses veículos são equipados com câmeras, radares, sensores LiDAR, GPS e lasers de detecção de alcance, que coletam dados sobre o ambiente ao redor, e esses dispositivos são tão vulneráveis como uma rede corporativa ou as casas inteligentes.
“A IA utiliza esses dados para identificar objetos, analisar movimentos e determinar sua posição, permitindo ao veículo interpretar faixas e sinais de trânsito, além de analisar as condições da estrada e do tráfego, traçando uma rota segura e tomando decisões como mudança de faixa, frenagem ou ultrapassagem”, disse Baiard.
“Para garantir a segurança dos sistemas de IA em carros autônomos, é essencial adotar uma abordagem de secure by design desde o início do processo de desenvolvimento, o que inclui análise de riscos em tempo real, gerenciamento de atualizações de software, boas práticas de codificação e testes de intrusão em todas as vias de comunicação possíveis com o veículo”, acrescentou.
Ele também destacou a necessidade, no Brasil, de legislação específica para a aplicação de novas tecnologias: “Embora regulamentações como a ISO/SAE 21434 estejam em vigor globalmente, é crucial que existam diretrizes específicas para a segurança cibernética em cada país. No Brasil, o projeto de lei 1317/23 visa preencher essa lacuna, estabelecendo padrões claros para a proteção de veículos autônomos.”
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