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Barco com IA vai monitorar a baía da Guanabara

Veleiro autônomo F-Boat é o resultado de uma parceria entre duas universidades federais e a Nvidia, que forneceu os recursos de tecnologia

14/09/2022

Barco com IA vai monitorar a baía da Guanabara
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Por redação AIoT Brasil

Nos últimos dois meses, o sistema de inteligência artificial de um veleiro vem sendo treinado para que consiga navegar de forma inteiramente autônoma e possa realizar, de maneira inédita, o monitoramento ambiental na superfície marinha da baía da Guanabara, no Rio de Janeiro. O projeto uniu a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que estão desenvolvendo a embarcação, batizada de F-Boat, e a multinacional Nvidia, que fornece os recursos de algumas de suas tecnologias.

O projeto, que já é funcional e está em constante atualização para incorporar novas funções, uniu um grupo de 20 pesquisadores e coordenadores, liderado pelos professores Esteban Clua e Daniel Nogueira, da UFF, e por Luiz Marcos Gonçalves, da UFRN. A prefeitura de Niterói também concedeu apoio financeiro, pois pretende usar o F-Boat em breve.

A intenção é que o veleiro possa navegar de forma independente e captar informações ambientais do oceano por meio de sensores, a fim de facilitar o trabalho de pesquisadores ambientais de todo o mundo e ampliar a base de dados a respeito dos níveis de poluição nos locais de estudo. Movido a vento, energia solar e IA, o F-Boat conta com a plataforma Jetson AGX Xavier da Nvidia e com várias sondas e sensores que monitoram a qualidade da água. Em tempo real, de forma remota, envia dados como pH e oxigenação a um centro de operações.

Para que o barco viaje sozinho, sensores de navegação captam dados externos e os enviam ao computador com IA que utiliza a Jetson. A IA então avalia qual é a melhor rota de movimentação, a fim de evitar obstáculos e seguir por um caminho específico de acordo com os parâmetros do percurso. O F-Boat também possui um motor elétrico, abastecido com energia solar, que é usado quando há falta de vento ou sejam necessárias manobras mais precisas ou de emergência. Existe ainda um controle remoto que pode ser acionado em casos de emergência, para que um operador externo possa agir em casos extremos.

Toda a equipe de operação do F-Boat fica em terra, e o barco é guiado pelo mapeamento dos pontos de interesse apontados à IA pela equipe. O projeto pretende ser a base de um grande laboratório de pesquisas ambientais e marítimas e, no futuro, os pesquisadores devem instalar outros equipamentos de análise, como câmeras submersas.

O projeto também deve utilizar o Nvidia Omniverse Enterprise para criar um gêmeo digital da embarcação e da baía da Guanabara para apresentar à IA diferentes obstáculos, o que seria muito complexo de ser ensinado só com dados do mundo real. “Isso ajudará o barco a ter contato com situações que não são exatamente fáceis de se simular, sobretudo sem sofrer danos”, explicou Esteban Clua.

Em aproximadamente um ano os pesquisadores esperam conseguir acoplar um módulo de análise de microplásticos ao F-Boat, além de novos sensores e câmeras térmicas e noturnas. “Ainda há muito a ser feito em termos de aprimoramentos, mas já podemos dizer que um grande passo foi dado em direção a um cuidado ambiental intensificado pelo bom uso da tecnologia”, disse Clua. Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da Nvidia na América Latina, lembrou que a preocupação com o meio ambiente requer iniciativas como essa: “É uma pauta da qual depende, literalmente, o nosso futuro como espécie. A Nvidia se orgulha muito das iniciativas que apoia nessa área”.

O F-Boat navega sem tripulação e já está funcional/Divulgação Nvidia

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#baía da Guanabara#inteligência artificial#meio ambiente#microplástico#monitoramento ambiental#Nvidia#qualidade da água#veleiro autônomo

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