Por redação AIoT Brasil

O Brasil é o quarto país com maior número de ataques de ransomware, um tipo de malware em que o invasor sequestra dados e arquivos de pessoas e empresas e cobra resgate, geralmente em criptomoedas, para restabelecer o acesso. Essa informação está no Relatório de Ameaças Cibernéticas SonicWall 2023, que analisou os dados de mais de 250 países e territórios e pode ser baixado gratuitamente.

De acordo com a empresa norte-americana especializada em segurança digital, os Estados Unidos continuam na liderança dos ataques de ransomware, seguindo-se o Reino Unido e a Espanha. O estudo mostrou ainda que a América Latina registrou um aumento de 65% nos ataques a dispositivos de internet das coisas, enquanto o número de malwares, de modo geral, cresceu 17% na região, bem mais do que a média mundial de 2%.

Os analistas da SonicWall observaram que nos países latino-americanos as práticas de segurança não acompanharam o rápido processo de digitalização da economia, o que abre espaço para o avanço dos cibercriminosos. Além disso, o estudo destacou que as incertezas geopolíticas e econômicas estão remodelando o panorama das ameaças, ao mesmo tempo em que os invasores geraram novos fluxos de receita e passaram a oferecer “ataques como serviço” (attack-as-a-service), o que cria um novo mercado de crimes cibernéticos.

Um dado preocupante, segundo o estudo, é o aumento drástico de ataques de malware a dispositivos de IoT, que em 2022 ultrapassaram a marca de 110 milhões pela primeira vez, depois de um quadro relativamente estável em 2021. Boa parte desse crescimento se concentrou na América do Norte, onde os ataques cresceram 145%.

Os ataques de ransomware totalizaram 493,3 milhões em 2022, uma redução de 21% em relação ao ano anterior, mas acima dos números de 2018, 2019 e 2020. “É preocupante o fato de que o ransomware tenha começado a crescer novamente no final de 2022, com o volume de ataques no quarto trimestre atingindo 154,9 milhões, o mais alto desde o terceiro trimestre de 2021”, assinalaram os analistas da SonicWall.

Em relação aos ataques de malware, a pesquisa registrou um total de 5,5 bilhões em 2022, um aumento de 2% em relação a 2021. “Embora seja um crescimento modesto, representa a reversão de uma tendência de longo prazo: 2022 é o primeiro ano desde 2018 em que houve aumento. Isso ocorreu em grande parte devido ao crescimento de 43% no volume de cryptojacking e um pico de 87% nos ataques de malware de IoT, que em conjunto compensam a queda de 21% no volume global de ransomware”, disse a SonicWall.

No mundo todo, em 2022, a SonicWall registrou 6,3 trilhões de tentativas gerais de invasão, 19% a mais do que no ano anterior. “Embora o volume total tenha crescido, as tentativas de intrusão de gravidade moderada e alta caíram 10%. Os pesquisadores também observaram um pico considerável no percentual de tentativas de execução de código remoto, que agora representam 21,5% do total de invasões maliciosas, uma parcela maior do que qualquer outro tipo de ataque”, acrescentou o relatório.