Anéis inteligentes e chips vestíveis: o impacto dos wearables nos pagamentos
Já pensou em colar um chip de pagamentos em uma unha postiça e usá-la para fazer compras? Ou em usar a camisa do seu time para adquirir produtos dentro do estádio?
27/11/2024
(imagem: Galaxy Ring – divulgação)
Por Mauro Tozzi*
Recém-chegados ao mercado, os chamados “anéis inteligentes” têm tudo para se tornar uma tendência importante entre os wearables, pela praticidade e capacidade de reunir a maioria dos recursos disponíveis em um smartwatch em um simples anel. Com o lançamento do dispositivo da Samsung no mês de setembro, que conta com tecnologia NFC e é conectado à carteira digital Samsung Pay, a maneira como as pessoas pagam por suas compras também poderá ser impactada por este novo “gadget”. Afinal, bastará aproximar o dedo na maquininha para completar uma transação.
Embora fazer pagamentos com dispositivos vestíveis possa parecer uma grande novidade para alguns, a verdade é que já existe tecnologia para tornar praticamente qualquer objeto em um meio de pagamento. Mais do que isso, esta tecnologia já está disponível para bancos e emissores implementarem, e com custos muito mais baixos do que o preço de um anel.
Isso é possível graças a uma combinação entre chips de pagamentos de última geração aliados à tokenização. Estes novos chips seguem a mesma lógica daqueles utilizados nos cartões de crédito por aproximação, só que são mais finos, incolores e podem ser colados em qualquer lugar.
Mas esta tecnologia de nada serve se não for ativada e configurada com os dados de um cartão, para que seja possível fazer uma transação. É aí que a tokenização entra em campo. Por meio de um software disponível para bancos e emissores, os números de um cartão já existente são tokenizados, ou codificados, e podem ser atribuídos a determinado chip. A partir daí, bastará ao usuário aproximar o objeto “chipado” da maquininha para fazer sua compra.
Você já pensou em colar um chip de pagamentos em uma unha postiça e usá-la para fazer compras? Ou então usar a camisa do seu time para adquirir produtos dentro do estádio, apenas aproximando o escudo da maquininha? Ou que tal usar o chaveiro em que está a chave do carro para pagar o supermercado? Essas são algumas das aplicações inovadoras que já são possíveis e que já foram testadas mundo afora.
Entre algumas iniciativas interessantes vale a pena citar a tradicional marca de dispositivos para monitoramento de atividades esportivas Polar, que passou a disponibilizar esta tecnologia em pulseiras para seus relógios – o que faz com que o usuário de um smartwatch não dependa da sua bateria para fazer qualquer pagamento.
Já a Tapster oferece uma série de anéis de pagamentos que podem ser usados no dia a dia, bem como chaveiros. A Paycelet oferece a mesma possibilidade, só que na forma de braceletes e pulseiras. Todas contam com a tecnologia da Finopay, uma provedora de serviços para pagamentos sem contato que tem parceria com grandes bandeiras, como Visa e Mastercard.
Infelizmente, nenhuma destas empresas atua no Brasil. E por que ainda não vemos este tipo de solução sendo usada em larga escala pelas nossas ruas? A disseminação depende da adesão por parte dos bancos e emissores de cartões, para que os mesmos ofereçam aos clientes. É natural que, com o tempo, esteja disponível de forma mais ampla.
Em breve, pagar por suas compras com um simples toque do dedo poderá ser tão natural quanto usar um cartão de crédito hoje em dia. A revolução dos pagamentos vestíveis está apenas começando, e o futuro promete ser ainda mais surpreendente.
* Mauro Tozzi é head global de vendas da HST Card Technology, empresa especializada em soluções de segurança para o ecossistema de pagamentos.
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#anel#chips#IoT#NFC#pagamentos#vestíveis#wearable
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