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A nova era da inteligência artificial generativa no Brasil

Entre as organizações que já adotaram a GenAI, os benefícios são notáveis. Mas obter ROI ainda é um desafio que requer atenção dos líderes de negócios

15/10/2024Por André Novo

A nova era da inteligência artificial generativa no Brasil
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A inteligência artificial generativa (GenAI) se firmou como uma força propulsora no mundo corporativo, transformando a interação entre humanos e tecnologia de maneira inédita. Tenho acompanhado com interesse a evolução das discussões sobre esse tema, que ocupa um papel central nas decisões de negócios, refletindo sobre os desafios e oportunidades nesse cenário.

Neste exercício de pensar futuros, é fundamental contar com o suporte de dados para entender o contexto local. Para isso, o SAS lançou uma pesquisa abrangente sobre o potencial e as barreiras que empresas no Brasil ainda precisam superar quando o assunto é inteligência artificial generativa. Divulgado em primeira mão em nosso evento Innovate on Tour em São Paulo, no dia 17 de setembro, o material é baseado em um novo levantamento com 100 organizações brasileiras sobre seus planos e percepções a respeito de GenAI, traçando uma rota para obter vantagens competitivas com a tecnologia.

Entre os principais aspectos que estão acelerando a adoção e o impacto da GenAI no ambiente corporativo brasileiro, o relatório destaca a busca por inovação, melhorias na experiência do cliente e aumento da eficiência operacional. Cerca de 93% das empresas brasileiras que adotaram a GenAI relataram melhorias na experiência e satisfação dos funcionários, 87% observaram uma redução nos custos operacionais e 76% notaram um aumento na retenção de clientes. Esses dados reforçam como a tecnologia pode impulsionar resultados positivos quando implementada de forma adequada.

O panorama atual das empresas em relação à GenAI, de acordo com o estudo, é impressionante: quase metade das empresas brasileiras (46%) já iniciou a implementação da GenAI, sendo que 8% já integraram a tecnologia em escala. Além disso, 77% das organizações que participaram do estudo estão investindo ativamente em GenAI para 2024/2025, e 69% planejam desenvolver seus próprios modelos de linguagem (LLMs) internamente.

Obtendo retorno com agilidade
Entre os diversos insights e desafios apontados no relatório, que pode ser acessado aqui, escolhi destacar o ponto relacionado à obtenção de ROI de forma mais rápida. A IA generativa é uma tecnologia disruptiva que veio para facilitar muitos processos, inclusive aqueles que antes exigiam expertise técnica específica. No entanto, a adoção da tecnologia ainda precisa evoluir.

Para isso, as empresas devem ter casos de uso claros em que a IA generativa possa gerar resultados mensuráveis. Muitas empresas adotaram a IA generativa sem um planejamento estratégico bem definido, o que pode prejudicar o retorno do investimento. Outra dificuldade que as empresas enfrentam é a falta de maturidade na gestão de dados: sem uma governança adequada, é difícil alcançar o ROI desejado.

Por outro lado, há empresas no Brasil que estão avançando em seus projetos e demonstrando boas práticas na busca por um retorno significativo. No Innovate on Tour, tivemos a oportunidade de conhecer alguns desses exemplos de grandes empresas que têm demonstrado a importância de identificar os melhores casos de uso em suas jornadas de transformação digital, como Vale e HDI, por exemplo.

Também no Innovate, conversei com Pedro Amoroso, do BTG Pactual, que falou sobre o uso de IA para personalizar ofertas de crédito e produtos financeiros. Estratégias de hiperpersonalização baseadas em dados concretos (e não apenas na adoção de IA por modismo) permitem a organizações como o BTG oferecer serviços mais assertivos e com melhor custo-benefício. Segundo Amoroso, seguir boas práticas nesta seara reflete a importância de utilizar a tecnologia onde ela realmente faz diferença.

Líderes de grandes empresas reforçaram mensagens importantes: para maximizar o ROI, não só quando falamos de IA generativa, mas nos investimentos em tecnologia de forma geral, é essencial priorizar casos de uso que tragam valor real ao negócio. Sem uma definição clara de objetivos e expectativas, o risco de frustração e desperdício de recursos é elevado.

Uma vez escolhidos esses casos de uso, a jornada para obter vantagem competitiva também inclui práticas como políticas robustas de governança, integração harmoniosa da tecnologia aos processos existentes e capacitação das equipes. Além disso, contar com a orientação de especialistas é fundamental.

Além da necessidade de se ter um foco claro no que se deseja alcançar, existem práticas essenciais para operar na era da IA generativa, e estas conversas estão avançando no Brasil. Ao seguir o caminho de quem está evoluindo e de quem entende do assunto, empresas estarão mais preparadas para aproveitar as oportunidades dessa nova fase da evolução da inteligência artificial, e melhor posicionadas na vanguarda da inovação tecnológica.

André Novo é country manager do SAS Brasil

TAGS

#AI#GenAI#IA#IA generativa#ROI

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