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11/11/202424/05/2023
Por redação AIoT Brasil
Com argumentos consistentes, o senador democrata Richard Blumenthal abriu uma audiência no Senado dos Estados Unidos com a gravação de um discurso em áudio, com sua voz, a fim de relacionar os riscos existentes no uso indiscriminado de ferramentas de inteligência artificial. Em seguida, ele provocou surpresa e risos ao revelar que todo o conteúdo havia sido escrito pelo ChatGPT, criado pela OpenAI, cujo CEO e fundador, Sam Altman, estava a poucos metros dali, no lugar reservado às testemunhas, ao lado de Christina Montgomery, chefe de privacidade e segurança da IBM. Além disso, sua voz tinha sido gravada também com recursos de IA, o que reduziu a quase zero sua participação no discurso.
A iniciativa inusitada do senador tinha mesmo essa intenção: provocar impacto e mostrar até que ponto a IA já avançou e sua capacidade de cumprir tarefas antes desempenhada por humanos. “Com muita frequência nós temos visto o que acontece quando a tecnologia ultrapassa as regulações, com a exploração desenfreada dos dados pessoais, a proliferação de desinformação e o aprofundamento das desigualdades sociais”, disse Blumenthal.
Depois, ele admitiu que a experiência foi “estranha, até assustadora”, na medida em que deixou clara a possibilidade de manipulação. “Se você fechasse os olhos no início da audiência, não saberia dizer que estávamos interpretando um clone da minha voz”, afirmou, de acordo com reportagem do site Politico.
Blumenthal lembrou que ferramentas semelhantes poderiam servir, por exemplo, para a elaboração de um texto de divulgação da rendição da Ucrânia ou de uma declaração falsa do presidente da Rússia, Vladimir Putin. “Ninguém, de fato, poderia dizer que era um clone. Acho que foi um dos momentos mais aterrorizantes na história das audiências no Senado dos Estados Unidos”, acrescentou.
O fato aconteceu na Subcomissão do Senado sobre Privacidade, Tecnologia e Lei, na qual Sam Altman concordou que que a regulamentação da IA é crucial para limitar os riscos do uso de tecnologias como o ChatGPT, sua criação mais conhecida. “Conforme avançam essas tecnologias, compreendemos que as pessoas ficam ansiosas em relação a como isso deverá mudar o modo como vivemos. Nós também ficamos”, afirmou.
Altman pediu que o Congresso imponha novas regras às grandes empresas de tecnologia, apesar da profunda polarização política que há anos impede os parlamentares norte-americanos de legislar sobre o assunto, e afirmou: “A intervenção regulatória dos governos será fundamental para mitigar os riscos de sistemas cada vez mais potentes”.
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