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IA contra as brechas do teletrabalho

Daniel Valverde, engenheiro líder da área de vendas da Citrix, aponta o aumento de ameaças digitais no Brasil e conta como inteligência artifical e o machine learning podem ajudar no combate

04/01/2022

IA contra as brechas do teletrabalho
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Por Daniel dos Santos, editor do AIoT Brasil
A Citrix, empresa especializada em soluções de trabalho digital e que tem mais de 100 milhões de usuários em todo o mundo, notou a necessidade crescente do mercado por soluções com foco em cibersurança e tem investido em produtos para a proteção das empresas, como o Citrix Secure Private Access e o Citrix App Delivery and Security. Justifica-se: com base nos dados da última pesquisa com líderes de TI no Brasil feita pela empresa, houve um aumento de 96% nos requisitos de segurança que as empresas agora fazem aos fornecedores ou parceiros, bem como na pressão das empresas para aumentar a segurança do cliente (62%) e dos funcionários (46%).

A pesquisa de segurança também constatou o aumento de ameaças como resultado do teletrabalho, segundo 86% dos entrevistados do Brasil. Desde o início da pandemia, mais da metade das empresas no país já tiveram algum problema relacionado à cibersegurança como ataques phishing ou ransomware. E o comportamento do funcionário contribuiu para a ocorrência de ataques cibernéticos, segundo 74% dos entrevistados.

Em entrevista ao AIoT Brasil, Daniel Valverde, engenheiro líder da área de vendas da Citrix, fala sobre o aumento de ameaças digitais no país e conta como inteligência artificial e o Machine learning podem ajudar no combate aos ataques virtuais no Brasil.

AIoT Brasil: Quando a Citrix chegou ao mercado brasileiro e qual a importância do Brasil na estratégia da Citrix?

Daniel Valverde, engenheiro líder da área de vendas da Citrix: A Citrix está no Brasil há quase 20 anos e o país é de grande importância pela amplitude de oportunidades e setores que necessitam conectar equipes separadas geograficamente de forma ágil e segura. Além disso, temos clientes tradicionais aqui que confiam por anos em nossas soluções nas mais variadas verticais, como agronegócio, bancos, indústria, tecnologia, comunicações, transporte & logística, entre muitas outras.

AIoT Brasil: Recentemente a Citrix fez uma pesquisa sobre o cenário de cibersegurança no país. Segundo esse levantamento, quais são os principais desafios enfrentados pelas companhias no Brasil?

Daniel Valverde: Temos visto uma forte demanda por sistemas que possam prover insights sobre visibilidade e segurança, com decisores buscando no analytics encontrar padrões e informações sobre experiência do usuário utilizando técnicas matemáticas, estatísticas e modelagem preditiva. Segundo dados da pesquisa de segurança encomendada pela Citrix em setembro deste ano, 95% dos entrevistados concordam que a experiência do funcionário tem papel principal/prioridade na estratégia de segurança da organização. Outros 68% acreditam que as soluções de segurança atuais da empresa têm um impacto muito positivo na experiência do funcionário. Ainda, 60% já estão implementando tecnologias como IA e ML para melhorar a segurança da empresa.

AIoT Brasil: Algum dos dados obtidos no levantamento te surpreendeu?

Daniel Valverde: Nós sabíamos da mudança no cenário da segurança com a massificação do trabalho remoto, mas a pesquisa nos deu números para dimensionar a mudança. Em um aspecto positivo, vimos que os decisores estão realmente preocupados com a experiencia dos trabalhadores e o uso de analytics como ferramenta para melhorar e desbloquear a produtividade. Na outra ponta, mais da metade (56%) das empresas já tiveram algum problema relacionado à cibersegurança como ataques phishing ou ransomware e 74% indicaram que o comportamento do funcionário contribuiu, de certa forma, para a ocorrência de ataques, o que mostra a importância da segurança para estrutura e continuidade dos negócios.

AIoT Brasil: Como o uso de tecnologias como Inteligência Artificial e Machine Learning podem ajudar as empresas a crescerem de forma segura?

Daniel Valverde: Na prática, IA é sobre visibilidade e compreensão de onde as coisas podem dar errado ao antecipar o problema. Com isso, a demanda por sistemas que possam prover insights está aumentando. Ter uma análise mais específica de Big Data ou via sensores/KPIs, é uma voz a mais na indicação proativa de problemas e de novas estratégias. Vejo que empresas buscam uma fórmula para o trabalho híbrido e como conduzir as equipes neste inédito cenário. Em um ambiente volátil como o atual, em que as companhias ainda estão entendendo como fazer para retomar o trabalho, essas tecnologias entregam insights precisos para evitar sustos.

Já o Machine Learning pode ser usado para uma infinidade de tarefas no espaço da segurança cibernética, incluindo detecção de malware, detecção de anomalias de rede, categorização do comportamento do usuário, priorização de vulnerabilidades, automação e orquestração de tarefas e muito mais. O uso de ML busca então reduzir o risco, otimizar a classificação de ameaças e prever com precisão ataques imediatos e futuros.

AIoT Brasil: Quais as principais ferramentas oferecidas pela Citrix que incorporam essas tecnologias?

Daniel Valverde:Em linha com as demandas do mercado, a Citrix também está em um momento bem focado em cibersegurança, tendo em vista os últimos anúncios da empresa como o Citrix Secure Private Access e o Citrix App Delivery and Security.

AIoT Brasil: Quantas empresas no Brasil utilizam as ferramentas da Citrix? Pode citar algumas?

Daniel Valverde: Temos tecnologia Citrix em empresas como Arteris, AC Camargo, Cocamar, Usina Lins, HDI, Azul, Unimed Belém, Secretaria da Saúde do Espírito Santo, por exemplo.

AIoT Brasil: E como você avalia o mercado de soluções de segurança no Brasil?

Daniel Valverde: Temos acompanhado ataques cibernéticos ocorrendo de forma mais frequente em grandes empresas privadas e em organizações públicas no Brasil, dando destaque a discussões sobre a maturidade da cibersegurança e a inclusão do tema proteção de dados na estratégia de negócios das companhias, uma discussão que continuará em pauta por um bom tempo.

A pesquisa de segurança encomendada pela Citrix constatou o aumento de ameaças como resultado do teletrabalho de acordo com 86% dos entrevistados do Brasil. Desde o início da pandemia, mais da metade (56%) das empresas no país já tiveram algum problema relacionado à cibersegurança como ataques phishing ou ransomware. Nesse contexto, o comportamento do funcionário contribuiu, de certa forma, para a ocorrência de ataques cibernéticos, segundo 74% dos entrevistados.

De maneira geral, ainda há no Brasil uma barreira em investimentos de cibersegurança e a falta de uma conscientização desses investimentos por parte dos decisores em prol da experiência do usuário, mas vemos que existe um movimento contrário crescente a este paradigma que favorece tanto as empresas quanto seus funcionários e clientes.

AIoT Brasil: Como foi ano de 2021 para a Citrix e qual a expectativa para 2022?

Daniel Valverde: As empresas tiveram que se reinventar durante a pandemia, e muitas encontraram uma forma diferente de levar ao consumidor seus produtos e serviços. Como empresa, estamos prontos para ajudar os clientes e parceiros nessa mudança por meio de nossos produtos e dos diferenciais que eles possuem para as empresas se tornarem produtivas (e mais seguras) num curto espaço de tempo.

Para 2022, acredito que teremos mais investimentos na experiência do usuário e segurança explorando ferramentas que as empresas já possuem, mas não utilizam de forma completa. Outro ponto, a flexibilização tanto de ferramentas de tecnologia quanto de cultura da empresa, será primordial. Fabricantes não podem mais impor sem flexibilização limites às empresas e, por sua vez, as empresas não podem fazer isso com seus trabalhadores – se essa imposição forçada ocorrer, fabricantes perderão clientes e talentos irão procurar outros caminhos.

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