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Zuckerberg pede desculpas às vítimas das redes sociais

CEO da Meta fez a declaração em uma audiência de investigação realizada pelo Congresso dos Estados Unidos

05/02/2024

Zuckerberg pede desculpas às vítimas das redes sociais
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Por Ricardo Marques da Silva

“Sinto muito por tudo que vocês passaram. Ninguém deveria passar pelas coisas que suas famílias sofreram”: foi com essas palavras que Mark Zuckerberg, CEO da Meta, pediu desculpas às vítimas de abusos sexuais cometidos por meio das redes sociais, durante uma audiência do Congresso norte-americano realizada na última quarta-feira, dia 1º.

Ao lado dele estavam os presidentes-executivos do TikTok, Shou Zi Chew; do Snapchat, Evan Spiegel; do X, Linda Yaccarino, e da Discord, Jason Citron, convocados pelo Comitê Judiciário do Senado que investiga a responsabilidade das big techs na crise da exploração sexual infantil online.

Anteriormente, alguns parlamentares haviam acusado os executivos das principais plataformas de mídia social de não protegerem as crianças que acessam a internet. As desculpas de Zuckerberg foram uma resposta ao senador republicano Josh Hawley, que perguntou se ele gostaria de dar uma satisfação às famílias que estavam na plateia e seguravam fotos de crianças que teriam sido prejudicadas pela exposição indevida nas redes.

Spiegel, do Snapchat, também se solidarizou com os pais cujos filhos tiveram acesso a drogas por intermédio da plataforma – no final de 2023, as famílias de mais de 60 adolescentes entraram com uma ação contra a rede que, supostamente, teria facilitado a aquisição de medicamentos ilegais que resultaram em episódios de overdose nos usuários. “Lamento muito que não tenhamos conseguido evitar essas tragédias. Trabalhamos muito para bloquear todos os termos de pesquisas relacionados a drogas em nossa plataforma”, disse o CEO.

Durante a audiência, o plenário do Senado estava inteiramente ocupado pelas famílias de crianças e defensores das ações contra as empresas e, segundo o senador Lindsey Graham, foi o maior público que ele já viu na sala. Ele acusou as big techs de destruir vidas e ameaçar a própria democracia. “Eu sei que vocês não queriam que fosse assim, mas vocês têm sangue nas mãos”, disse aos executivos.

O presidente do comitê, senador Dick Durbin, também foi incisivo e afirmou que o combate aos riscos enfrentados pelas crianças tem sido uma das suas principais prioridades e que a exploração sexual infantil online é “uma crise na América”.

Durbin disse aos executivos que suas plataformas e seus aplicativos de mensagens deram aos predadores novas ferramentas poderosas para explorar crianças: “Suas escolhas de design, suas falhas em investir adequadamente em confiança e segurança e sua busca constante por engajamento e lucro em detrimento da segurança básica de todos colocam nossos filhos e netos em risco”, acrescentou.

De acordo com reportagem do jornal The Guardian, os executivos bem que tentaram se justificar, destacando os controles e ferramentas que introduziram para gerir as experiências online das crianças e mitigar os danos. Porém, o diário britânico afirmou que essas medidas são insuficientes e citou até mesmo um processo aberto pela justiça do México contra a Meta, acusada de permitir que adultos encontrassem e enviassem mensagens a menores para exploração sexual.

“Documentos internos contundentes surgiram do processo. A audiência de quarta-feira também ocorreu em meio a um crescente conjunto de relatos dos impactos negativos das redes sociais na saúde mental dos jovens”, disse o The Guardian. O jornal salientou que o ponto central da audiência no Senado é a aprovação de uma lei de segurança online para crianças, um projeto já endossado por vários grupos de defesa.

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#abusos sexuais#exploração sexual#redes sociais#segurança online#Zuckerberg

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