Por redação AIoT Brasil

Comprar ou vender ações com base em indicações de um chatbot não parece uma aposta muito segura, mas é isso que muitas pessoas vêm fazendo, por meio das chamadas consultorias robóticas. Embora arriscado, esse mercado, que inclui empresas como fintechs, bancos e gestoras de patrimônio, deve crescer de US$ 61,75 bilhões em receitas em 2024 para US$ 470,91 bilhões até 2029, com aumento de aproximadamente 600%, de acordo com a agência Reuters, que citou dados otidos pela empresa de análise de dados Research and Markets.

Segundo a Reuters, 13% dos investidores de varejo já estão usando chatbots como o ChatGPT e o Gemini para escolher ações, mesmo admitindo que se trata de uma estratégia de alto risco, que ainda não pode substituir os consultores tradicionais. “Graças à IA, qualquer pessoa pode selecionar ações, monitorá-las e obter análises de investimentos que antes só estavam disponíveis para grandes bancos ou investidores institucionais”, explicou a reportagem da agência de notícias.

Porém, ressalvou que o próprio ChatGPT alerta que não é confiável para aconselhamento financeiro profissional e diz que sua proprietária, OpenAI, não divulgou dados a respeito do número de pessoas que usam o chatbot para escolher investimentos. “Os riscos são grandes. A exuberância da IA, que democratizou o acesso ao investimento, também significa que é impossível dizer se os investidores de varejo estão usando ferramentas convencionais de gestão de risco para mitigar adequadamente potenciais perdas quando os mercados mudam”, observou a Reuters.

Um dos consultores que aderiram à nova prática é o britânico Jeremy Leung, que depois de duas décadas em um banco suíço passou a usar o ChatGPT para comprar ações: “Não tenho mais o luxo de um terminal Bloomberg ou de outro desses serviços de dados de mercado que são muito, muito caros. Até mesmo a versão simples do ChatGPT pode fazer muita coisa e replicar vários dos fluxos de trabalho que eu costumava fazer”, disse.

Dan Moczulski, diretor administrativo da eToro no Reino Unido, acrescentou: “Modelos de IA podem ser brilhantes. O risco surge quando as pessoas tratam modelos genéricos como o ChatGPT ou o Gemini como bola de cristal. O melhor é usar plataformas especificamente treinadas para analisar mercados, pois modelos gerais de IA podem citar incorretamente números e datas, apoiar-se demais em uma narrativa pré-estabelecida e confiar excessivamente na avaliação das ações para tentar prever o futuro”.