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11/03/202515/04/2025
Por Ricardo Marques da Silva
Reprodução The New Yorker
Alexandre de Moraes saiu na New Yorker, e em grande estilo. Em uma longa reportagem publicada na versão online no dia 7 e na edição impressa de segunda-feira, dia 14, sob a rubrica “Homens fortes”, a poderosa revista norte-americana que acaba de completar um século de existência exaltou o trabalho do juiz do Supremo Tribunal Federal contra as notícias falsas e disse que seus esforços para combater o extremismo online “o colocaram contra Jair Bolsonaro, Elon Musk e Donald Trump”.
Na legenda da foto que ilustra a matéria, The New Yorker citou um comentário de Moraes: “Se Goebbels (o ministro da Propaganda de Hitler) estivesse vivo e tivesse acesso ao X, estaríamos condenados. Os nazistas teriam conquistado o mundo”. Essa escolha do editor dá o tom da reportagem, cuja abertura explica em detalhes o atentado ocorrido em novembro do ano passado em Brasília, quando o bolsonarista Francisco Wanderley Luiz explodiu uma bomba e se matou.
Em seguida, a revista descreveu o clima político de extrema polarização que se instalou no Brasil e explicou: “Enquanto os apoiadores de Bolsonaro formavam ‘milícias digitais’ que inundavam a internet com desinformação — alegando que oponentes políticos eram pedófilos, espalhando mentiras descaradas sobre suas políticas, inventando conspirações —, Moraes lutou para forçá-los a sair do ar”.
Depois de relembrar a vitória de Lula na eleição de 2022 e os ataques de 8 de janeiro de 2023 na praça dos Três Poderes, a revista citou a perda dos direitos políticos de Bolsonaro e acrescentou: “Seus seguidores reclamaram que ele foi vítima de uma campanha de ‘lawfare’, e Elon Musk assumiu a causa. No X, Musk atacou repetidamente Moraes, referindo-se a ele como um ‘ditador maligno fantasiado de juiz’ e pedindo seu impeachment. Em comícios, os apoiadores de Bolsonaro agitavam faixas com a imagem de Musk e gritavam: ‘Obrigado, Elon!’”.
Sobre a ausência de Bolsonaro na posse de Lula, New Yorker comentou: “Em vez de cumprir o costume de entregar a faixa ao novo presidente, Bolsonaro voou para a Flórida, onde permaneceu por três meses aparentemente sem rumo, vagando pelos shoppings de Orlando e tirando selfies com expatriados brasileiros”.
Jon Lee Anderson, o jornalista que assinou a matéria, entrevistou Alexandre de Moraes mais de uma vez e expôs sua longa batalha contra as fake news e a coragem do juiz em enfrentar adversários tão poderosos quanto Musk. Moraes disse que a batalha política na internet começou há uma década e meia, durante a Primavera Árabe, quando a extrema-direita percebeu que as mídias sociais podiam mobilizar pessoas sem intermediários. “No início, os algoritmos foram refinados para fins econômicos, para cativar os consumidores. Depois, as pessoas perceberam como era fácil redirecionar isso para o poder político”, afirmou o juiz.
Nesse sentido, Moraes disse que o Brasil se tornou um campo de testes importante: “A extrema-direita quer tomar o poder — não dizendo que se opõe à democracia, porque isso não obteria apoio público, mas alegando que as instituições democráticas são manipuladas. É um populismo altamente estruturado e altamente inteligente. Infelizmente, no Brasil e nos EUA, ainda não aprendemos a reagir”, afirmou o juiz do STF.
Com mais de 50 mil caracteres, o texto da New Yorker avança no tema e avalia com habilidade o clima político no Brasil e nos Estados Unidos, a influência e o poder das big techs, os danos à democracia causados pelas campanhas sistemáticas de desinformação e o ódio cultivado pela direita contra Alexandre de Moraes. É jornalismo de primeira qualidade, e não será nenhuma surpresa se Jon Lee Anderson – o autor da matéria, que foi correspondente de guerra em lugares perigosos, como Afeganistão, Iraque, Uganda, Israel, El Salvador, Irlanda, Líbano e Irã – tornar-se também um alvo do ódio da extrema-direita nas redes sociais aqui e em seu país.
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