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Setor de turismo em Portugal quer ampliar a aplicação de IA

Atualmente apenas 6,6% das empresas usam a tecnologia, mas novos projetos avançam com o apoio do governo

04/06/2025

Setor de turismo em Portugal quer ampliar a aplicação de IA
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Por redação AIoT Portugal

Em 2024, Portugal recebeu 19,4 milhões de turistas estrangeiros, o que representou um aumento de 6,3% em relação a 2023 e resultou em uma receita de 27,7 bilhões de euros no setor como um todo, 8,8% acima do verificado no ano anterior, de acordo com dados oficiais do governo. Porém, por enquanto apenas 6,6% das empresas de alojamento e alimentação aplicam ferramentas de inteligência artificial, que poderiam incorporar ainda mais dinamismo e eficiência a essa atividade.

Para explicar por que isso acontece, o Turismo de Portugal, órgão vinculado ao MInistério da Economia, destaca a existência de “dificuldades ao nível das competências internas, potenciais custos de implementação e dificuldades no acesso e na qualidade dos dados”. A fim de superar esses obstáculos e acelerar a transição para a IA, o governo decidiu ampliar o acesso à tecnologia por meio de iniciativas isoladas ou em parceria com outras entidades.

Ao lado do NEST – Centro de Inovação do Turismo, por exemplo, o Turismo de Portugal começou a oferecer no início de junho uma série de cursos de capacitação gratuitos e online para profissionais do setor. Ao mesmo tempo, anunciou a disponibilização de uma ferramenta para aferir o grau de maturidade digital das empresas, que capta informações básicas para segmentar dados turísticos.

Entre os novos projetos desenvolvidos pelo órgão está o que ensina como criar um concierge virtual para a recepção dos hotéis, capaz de esclarecer as dúvidas dos hóspedes. O avatar também avalia o estado emocional do cliente, por meio da interpretação das expressões faciais e dos padrões de voz, e sugere pontos de interesse turístico.

Atualmente, o uso de IA no setor de turismo em Portugal ainda se concentra nas empresas de maior porte que buscam avanços como a otimização de preços, a análise de comportamento do cliente e o apoio à tomada de decisão. Em entrevista ao semanário Expresso, Tiago Veiga, diretor de marketing do Grupo Plateform, que administra 150 restaurantes, disse que a empresa já adotou a utilização de IA e voz natural para atendimento telefônico e marcação de reservas, a qualquer hora. Nos estabelecimentos do grupo, a IA também é usada na alocação de turnos de trabalho e na previsão de vendas e consumo, interpretando padrões e recolhendo informações sobre intolerâncias alimentares e preferências de mesas ou de pratos.

Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal, explicou que uma parte das unidades de alojamento começa a utilizar soluções de IA em áreas como a personalização da experiência do hóspede, manutenção de equipamentos, identificação de mau funcionamento e resposta a reclamações. “A maturidade digital das empresas hoteleiras portuguesas não é toda a mesma e são sobretudo as grandes cadeias e algumas unidades independentes mais viradas para a tecnologia que já avançaram com projetos consistentes de digitalização e incorporação de IA”, explicou.

Um exemplo de uso avançado de IA é o Yotel Porto, onde o hóspede é atendido em quiosques de self check-in, enquanto robôs circulam pelos corredores entregando toalhas ou snacks. Nos quartos, a IA é aplicada no controle de sensores de presença que ativam luzes e climatização, e na operação a tecnologia ajuda a analisar padrões de ocupação, antecipar necessidades e distribuir recursos de forma mais eficiente.

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#capacitação#concierge virtual#inteligência artificial#maturidade digital#turismo em Portugal

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