Futurecom 2024 começa hoje em SP: o que esperar do evento
Congresso de inovação e tecnologia tem como tema central a conectividade e as novas relações entre pessoas e máquinas
08/10/202427/11/2024
Por Ricardo Marques da Silva
Era inevitável: já tem gente pedindo ajuda ao ChatGPT e a outros bots para a tarefa não muito fácil de escolher o presente de Natal mais indicado para cada parente ou amigo e até mesmo para escrever cartinhas ao Papai Noel. A questão é saber se essas ferramentas de IA têm expertise e sensibilidade suficientes para isso e se, de fato, a ideia pode ou não representar uma armadilha.
O jornal inglês The Guardian aceitou o desafio de decifrar essa charada e publicou uma matéria bem-humorada, mas consistente, a fim de medir a capacidade do ChatGPT para realizar com sucesso o que chamou de “sutil arte de dar presentes”. Para isso, o autor da reportagem entrevistou várias pessoas, entre as quais “especialistas em presentes” – sim, existe isso na Inglaterra! –, com resultados não muito conclusivos.
A maioria concorda que a escolha do presente ideal é prazerosa e, ao mesmo tempo, complicada. De acordo com a professora de psicologia do consumidor Cathrine Jansson-Boyd, entre 60% e 70% das pessoas erram nas compras de Natal: “Observando os padrões de compra, a maioria dos consumidores deixa para a última hora, e isso só mostra que eles não têm ideia do que vão escolher. A realidade é que a IA não pode criar emoção, não pode personalizar, porque sentimentos não podem ser quantificados. Mas, dito isso, acho que recorrer a um bot é uma ótima ideia, porque muitas vezes ficamos sem ideias”, explicou.
Cathrine lembrou que o ChatGPT pode ajudar especialmente quando o presente será dado a alguém de uma geração totalmente diferente, cujas preferências não são bem entendidas. Nesse caso, ou quando o presenteado não for alguém próximo, as IAs levam vantagem por terem sido treinadas com informações do perfil de todas as faixas etárias.
Outra questão levantada pelo jornal é a concorrência que o ChatGPT, o Gemini e o Perplexity podem representar para a Amazon e o Google, que estavam consolidados como os buscadores primários em compras. Jai Khan, diretor da Push, uma agência britânica de marketing digital, disse que essas novas ferramentas fazem um ataque direto à publicidade online: “A grande questão é saber o que acontecerá com os anúncios do Google se as pessoas começarem a ir ao ChatGPT para escolher os produtos que vão comprar”, observou.
A respeito da capacidade do bot de escolher um bom presente, Khan destacou a possibilidade de surpresas agradáveis, na medida em que uma IA possui recursos quase ilimitados, desde que bem orientada: “Você pode perguntar ao ChatGPT: conte-me algo sobre mim que eu não saiba. Os insights que você obtém são fascinantes”.
Todos concordam, porém, que ganhar um presente de Natal é sempre agradável, não importando o método de escolha. Entrevistada pelo Guardian, Betsy Benn, que vende presentes personalizados, afirmou: “Se alguém dissesse que usou IA para ajudá-lo a encontrar um presente para mim, o fato de ter pensado em mim, sentado, explorado opções e encontrado algo que considerou perfeito, só isso encheria meu coração até a borda”.
Congresso de inovação e tecnologia tem como tema central a conectividade e as novas relações entre pessoas e máquinas
08/10/2024Pesquisa do Gartner indica que a maioria dos recursos deverá ser aplicada em IA, IA generativa e segurança cibernética
01/10/2024Conferência de dois dias dedicada a desenvolvedores apresentará as novidades da empresa e poderá ser assistida online
25/09/2024