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04/09/202413/05/2024
Por redação AIoT Brasil
Um defeito nos fios dos eletrodos do dispositivo implantado no cérebro do paciente comprometeu o resultado do primeiro implante realizado pela Neuralink, empresa liderada pelo bilionário sul-africano Elon Musk. Logo depois do procedimento, realizado em janeiro, os fios começaram a se retrair do tecido cerebral, o que resultou em uma diminuição no número de eletrodos eficazes e gerou preocupações imediatas a respeito da estabilidade e da confiabilidade do implante.
Assim que a informação foi divulgada, a Neuralink se apressou em responder e na quarta-feira, 8 de maio, publicou em seu blog um esclarecimento que, em toda a parte inicial, destacou os benefícios proporcionados ao paciente Noland Arbaugh, um norte-americano de 29 anos que ficou tetraplégico depois de sofrer uma lesão na medula. Na sequência, a empresa se referiu ao problema e às providências adotadas.
“Nas semanas seguintes à cirurgia, vários fios se retraíram do cérebro, resultando em uma diminuição líquida no número de eletrodos eficazes. Em resposta a essa mudança, modificamos o algoritmo de gravação para ser mais sensível aos sinais neurais, melhoramos as técnicas para traduzir esses sinais em movimentos do cursor e aprimoramos a interface do usuário. Esses refinamentos produziram uma melhoria rápida e sustentada”, explicou a Neuralink.
O procedimento se realizou no Barrow Neurological Institute, em Phoenix, Arizona, e Noland Arbaugh foi o primeiro participante do Estudo Prime a receber o implante cerebral denominado Link, que atua como uma interface cérebro-computador. A cirurgia correu bem e ele voltou para casa no dia seguinte. Anteriormente, a ferramenta principal de Arbaugh era um bastão bucal instalado por um cuidador e conectado a um tablet.
“Nos dias seguintes à cirurgia, Noland usou o Link para controlar seu laptop de várias posições, inclusive enquanto estava deitado na cama. Ele joga jogos de computador online com amigos (Xadrez, Civilização VI), navega na internet, transmite ao vivo e usa outros aplicativos, controlando um cursor com a mente. Ele até usou o Link para jogar Mario Kart em um console Nintendo Switch – algo que ele não conseguia fazer desde a lesão na medula espinhal”, afirmou a Neuralink.
A repercussão do problema nos fios dos eletrodos é proporcional à importância e ao alcance da iniciativa pioneira da Neuralink, considerando que, segundo a empresa, só nos Estados Unidos 180 mil pessoas vivem com tetraplegia e, a cada ano, registra-se cerca de 18 mil lesões de medula espinhal paralisantes.
No comunicado, há depoimentos de Noland Arbaugh, que afirmou: “O Link é como uma sobrecarga de luxo. Não conseguia fazer essas coisas há oito anos e agora não sei nem por onde começar a concentrar minha atenção. O Link me ajudou a me reconectar com o mundo, meus amigos e minha família. Isso me deu a capacidade de fazer as coisas sozinho novamente, sem precisar dos outros, a qualquer hora do dia e da noite”.
A Neuralink disse que o trabalho atual se concentra em levar o desempenho do controle do equipamento ao mesmo nível dos indivíduos fisicamente aptos e em expandir sua capacidade: “No futuro pretendemos estender a funcionalidade do dispositivo ao mundo físico para permitir o controle de braços robóticos, cadeiras de rodas e outras tecnologias que possam ajudar a aumentar a independência de pessoas que vivem com tetraplegia”, acrescentou o comunicado.
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