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Por falta de profissionais de TI, empresas apostam em capacitação

Demanda por programadores e desenvolvedores leva à criação de programas internos de treinamento e a parcerias com edtechs

28/10/2021

Por falta de profissionais de TI, empresas apostam em capacitação
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Por redação AIoT Brasil

Ao longo dos próximos anos haverá falta de profissionais de tecnologia no Brasil, pois a qualificação de programadores e desenvolvedores não acompanha o ritmo da demanda. Um estudo da consultoria norte-americana McKinsey estima que, até 2030, no Brasil, o setor terá 1 milhão de vagas não preenchidas, e um dos motivos é a dificuldade que as empresas sentem em preparar seus funcionários para essas funções. Profissionais para áreas como cloud computing, análise de dados, robótica e inteligência artificial, por exemplo, são cada vez mais disputados.

Para enfrentar esse desafio, algumas organizações de TI começam a investir em programas internos e a fazer parcerias com startups de educação, a fim de ampliar as oportunidades de trabalho para quem não tem experiência. Esse movimento se observa em estados como Santa Catarina, que tem o quarto maior ecossistema de startups de tecnologia do Brasil. A HostGator, por exemplo, multinacional de hospedagem de sites com escritório em Florianópolis, no ano passado criou o Starter, um programa aberto a funcionários dispostos a se tornarem desenvolvedores.

Durante seis meses, os participantes dividem o tempo entre as atividades do setor de origem e a capacitação. Se aprovados, podem migrar para a nova área. “Com o programa, apoiamos a transição de carreira, um movimento difícil para profissionais de todas as áreas, e ainda conseguimos absorver novos talentos”, disse Giulianna Boscardin, líder de RH da HostGator.

Em Blumenau, a WK Sistemas, que fornece softwares de gestão empresarial, lançou em maio deste ano o programa #Chega++ de imersão para desenvolvedores, para capacitar profissionais que já tinham alguma experiência em desenvolvimento de sistemas nas linguagens e tecnologias usadas pela empresa. Os selecionados foram contratados com carteira assinada desde o primeiro dia do curso, que durou três meses.

De acordo com Cláudia Rutzen, diretora administrativa da WK, a empresa também tem um programa permanente de estágio. “Encontrar profissionais qualificados nem sempre é fácil. Por isso nós investimos em alguns projetos internos de formação e todo mundo sai ganhando: o colaborador, que vira um especialista na área, e a empresa, que passa a contar com um quadro mais qualificado”, explicou.

Em relação às edtechs, a busca por especialistas cria oportunidades e mostra que o mercado passa por mudanças importantes. Segundo Leandro Herrera, fundador e CEO da Tera, que recentemente lançou um curso para programadores iniciantes, a tendência é que um número cada vez maior de empresas assumirá a capacitação. Ele acredita que as pessoas vão se especializar em TI ou buscar uma transição de carreira, para avançar profissionalmente. “E os métodos tradicionais de educação não darão conta”, afirmou.

Tomás Ferrari, CEO e fundador da GeekHunter, edtech de Florianópolis, avalia que hoje é difícil encontrar no mercado profissionais de TI experientes. “Muitas vezes os RHs não conseguem encontrar o perfil de que precisam no tempo que esperam. A consequência disso são vagas abertas por mais tempo e projetos atrasados. Por isso, um número crescente de empresas tem mudado a forma de agir, percebendo qual profissional está aberto para as oportunidades e direcionando os esforços para ajudá-lo no desenvolvimento”, disse.

Levantamento da Associação Catarinense de Tecnologia prevê que as empresas de base tecnológica de do estado vão abrir mais de 16 mil novas vagas até 2023, mais da metade para desenvolvedores. Nesse contexto, a entidade fez uma parceria com o Senai e lançou o DEVinHouse, um programa para formação de desenvolvedores de nove meses de duração, com bolsas de estudo integrais. Na primeira turma, antes mesmo da conclusão do curso, a desenvolvedora de softwares Softplan já havia contratado 12 alunos.

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