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Pix redefine pagamentos e desafia modelos globais

Painel no Web Summit Lisboa discute impacto do sistema brasileiro de pagamentos instantâneos e seus desdobramentos internacionais

12/11/2025

Pix redefine pagamentos e desafia modelos globais
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Por redação AIoT Portugal

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central do Brasil, foi destaque no palco principal do Web Summit Lisboa 2025 nesta quarta-feira. No painel “O choque de US$ 7 trilhões do Pix: por que os EUA estão abalados?”, o economista William Lazonick (foto), professor da Universidade de Massachusetts, o vice-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Luís Fernandes, e o jornalista Gustavo Brigatto, fundador do Startups.com.br, discutiram o alcance global da inovação brasileira e seus efeitos no sistema financeiro internacional. Durante a conversa, Brigatto apresentou as perguntas que orientaram o debate entre os convidados.

Adotado por mais de 80% dos brasileiros, o Pix movimenta trilhões de reais por ano e se tornou referência de inovação. Para Lazonick, o sucesso do modelo evidencia como políticas públicas podem impulsionar a inclusão financeira. “O Pix é um sistema que incentiva as pessoas a terem contas bancárias e é muito democrático. Muitas pessoas nos Estados Unidos ainda não têm contas e pagam tudo, até grandes quantias, em dinheiro ou cheque”, observou.

O economista destacou ainda que o verdadeiro valor de inovações como o Pix está em permitir que o Estado amplie o acesso a serviços essenciais. “O benefício da inovação promovida por empresas e empreendedores é permitir que o governo intervenha e diga: quais são os serviços públicos que podemos oferecer a todos?”, disse.

Já Gustavo Brigatto (foto) ponderou que, apesar do avanço, o Pix não substituiu o cartão de crédito, como muitos previam. “Quando o Pix foi lançado, em 2020, diziam que seria o substituto dos cartões. Depois de cinco anos, podemos dizer que isso ainda não aconteceu”, afirmou.

Para Luís Fernandes (na foto abaixo), o fundamental é o propósito de cada ferramenta. “O Pix tem uma proposta diferente do cartão de crédito: ele não dá crédito, apenas realiza a transação. O uso do parcelamento é algo muito cultural no Brasil”, explicou. Ele também ressaltou que o modelo brasileiro tem despertado o interesse de outros países: “Há negociações em andamento para compartilhar a tecnologia do Pix, principalmente com países da América Latina. Em Portugal, por exemplo, a Unicre já utiliza o sistema”.

Apesar dos resultados, Fernandes reconheceu que o sucesso do Pix impõe novos desafios, já que o crescimento do volume de transações atraiu também tentativas de fraude e ciberataques. “O Estado precisa responder com todos os instrumentos que tem para garantir o controle e a segurança do sistema. Até o momento, conseguimos manter o Pix seguro, mas o mundo digital exige inovação constante também nos mecanismos de proteção”, afirmou.

No encerramento, os participantes concordaram que o Pix é mais do que uma inovação tecnológica e representa um símbolo de como a digitalização pode fortalecer políticas públicas e promover inclusão financeira. Como lembrou Fernandes, “é importante ressaltar que o Pix é um sistema de transações, não uma moeda. Se o Brics o adotasse, não seria uma moeda única, e sim um facilitador de trocas entre as moedas”.

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#inovação brasileira#Pix#sistema brasileiro de pagamentos instantâneos#sistema financeiro internacional

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