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Pix é destaque na abertura do Web Summit Lisboa

CEO do evento afirmou que a ferramenta criada pelo BC brasileiro está revolucionando os sistemas de pagamento em todo o mundo

10/11/2025

Pix é destaque na abertura do Web Summit Lisboa
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Por redação AIoT Portugal

Com ênfase na IA, começou hoje o Web Summit Lisboa, que durante quatro dias mostrará por que é um dos mais importantes eventos de tecnologia do mundo. Os números são grandiosos: aproximadamente 70 mil visitantes de mais de 150 países, 2.500 startups, 1 mil oradores, 900 investidores, 2 mil jornalistas e centenas de atividades paralelas, além das palestras e dos painéis com especialistas e da presença confirmada de celebridades do universo digital e dos executivos de quase todas as big techs, como Google, Apple, Microsoft, Meta, Nvidia, Qualcomm e IBM.

Na cerimônia de abertura, às 18 horas desta segunda-feira (10), a surpresa foi o destaque dado ao Pix por Paddy Cosgrave (foto), CEO global do Web Summit, que afirmou: “Os sistemas de pagamento do mundo estão prestes a passar por uma revolução, não por uma empresa de tecnologia norte-americana ou por bancos centrais europeus, mas por um sistema de pagamento instantâneo em tempo real criado pelo Banco Central do Brasil, chamado Pix”.

Cosgrave enfatizou que, assim como os modelos de IA chineses, o Pix é totalmente gratuito. “É tão revolucionário que se tornou alvo frequente do presidente Trump nas últimas semanas e meses. Por quê? Porque, à medida que se espalhe pelo Sul global nos próximos anos e, talvez, pelo resto do mundo, o Pix poderá colocar em risco as fintechs e os monopólios de pagamento já estabelecidos. E como competir com pagamentos ou transações online gratuitas? O Pix é uma revolução da qual muitos de vocês ainda não ouviram falar, mas acredito que sairão do Web Summit sabendo tudo sobre ela”, acrescentou – de fato, na quarta-feira, dia 12, às 15h20, será apresentado no palco principal do evento o painel “O choque de US$ 7 trilhões do Pix: por que os Estados Unidos estão abalados”.

Cosgrave lembrou que essa é a décima edição do Web Summit em Lisboa: “Também já se passaram pouco mais de 10 anos desde que uma pequena startup de três pessoas chamada Revolut apareceu no Web Summit pela primeira vez. Hoje a Revolut é a empresa privada de tecnologia mais valiosa da Europa, e isso não é nada comparado à rapidez com que o mundo está mudando”.

Para os próximos dias, ele disse que haverá muitas novidades interessantes, como robôs humanoides e modelos de IA de código aberto, que, como o Pix, não são norte-americanos, e sim chineses, e gratuitos: “Nas palavras do CEO da Nvidia, eles provavelmente vencerão a corrida da IA. Isso era totalmente inimaginável há apenas 12 meses, mas o mundo está mudando muito mais rapidamente do que nunca”.

De acordo com o CEO do Web Summit, está claro que a era do domínio ocidental da tecnologia está chegando ao fim: “Pela primeira vez na história, o número de startups alemãs no Web Summit diminuiu, infelizmente, mas o número de startups da Polônia, vizinha da Alemanha, atingiu um recorde histórico. Eu diria que a Polônia está se tornando o exemplo perfeito de uma nova Europa: motivada, ambiciosa e organizada. Enquanto partes da Europa Ocidental estagnam, a Polônia e a Europa Oriental aceleram”.

Cosgrave completou: “Espero que, nos próximos dias, todos vocês tenham a oportunidade de aprender e conhecer muitos dos líderes dessa mudança, desde empresas chinesas de IA e robótica até startups no Brasil, passando pela nova geração de startups polonesas e de países como o Catar, no Oriente Médio, até a África, a Ásia Central, a Índia e o Vietnã. Pessoalmente, acho que nunca vivemos um momento tão empolgante. Não tenho dúvidas de que há outra revolução no Web Summit, talvez duas ou três pessoas com um estande minúsculo e uma ideia genial.”.

O fenômeno Lovable
Paddy Cosgrave brincou que “nem tudo está perdido para o Ocidente” e destacou a participação, na noite de abertura, de Anton Osika (foto), o jovem bilionário sueco cofundador e CEO da plataforma de criação de códigos Lovable, uma startup sediada em Estocolmo que atingiu o valor de US$ 100 milhões de dólares em receita em apenas oito meses, o crescimento mais rápido da história.

Entrevistado por Connie Loizos, editora-chefe do portal TechCrunch, Osika disse que acha “muito divertido” ser dono de uma startup tão bem-sucedida e, de repente, ter tantos compromissos: “Passo a maior parte do meu tempo pensando em como construir uma equipe que trabalhe muito bem em conjunto, e meu foco é capacitar as pessoas a executarem suas tarefas. Isso significa que a equipe terá um ambiente onde poderá simplesmente executar sem precisar pedir aprovação, agindo com muita rapidez”, afirmou.

Connie Loizos lembrou que ouviu uma história muito interessante de uma empresa brasileira de tecnologia educacional que disse ter faturado US$ 3 milhões em apenas 48 horas depois de criar sua plataforma, usando a Lovable. Osika afirmou que o conceito inicial de sua startup era muito simples: “E se pudéssemos permitir que qualquer pessoa com uma ideia pudesse construir um software em cima dessa ideia? E agora 100 mil projetos são criados todos os dias, e o que eu tenho pensado é: como posso me comunicar com vocês, usuários, e garantir que estamos evoluindo a plataforma rapidamente para melhor atender às suas necessidades? Essa é a minha história e onde eu gasto meu tempo”.

Osika contou como a Lovable nasceu: “Eu havia criado uma ferramenta de código aberto, o GPT Engineer, que era usado por desenvolvedores. Mas eu pensava: olha, se você quer reimaginar como o software será pago no futuro, as melhores pessoas para focar são aquelas que não sabem programar, ou seja, 99% das pessoas, certo? E eu acordei alguns dias depois de construir o software e percebi: olha, vamos reimaginar como construímos software. Eu não estava focado nos 99% inicialmente. Então fui de bicicleta até o espaço do meu cofundador e disse: tenho uma ótima ideia. Acordei-o, fomos dar uma caminhada e planejar no gelo”.

A partir daí a Lovable decolou, principalmente pela divulgação boca a boca, que gerou um movimento de consumidores e agora está se espalhando para muitas das empresas mais bem-sucedidas do mundo. “Então, hoje temos mais da metade das empresas da Fortune 500 usando a Lovable para turbinar a criatividade”, disse Osika. Atualmente, sua plataforma já registra 8 milhões de usuários.

Na abertura na noite de segunda-feira, também estiveram presentes Maria Sharapova, que foi estrela nas quadras de tênis e hoje é empreendedora e investidora; o influenciador e criador de conteúdo Khaby Lame; Sarah Meron, diretora da IBM; Mark Nelsen, diretor da Visa, e Carlos Moedas, prefeito de Lisboa, que abriram a extensa programação do Web Summit na capital portuguesa.

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