Mais de 400 startups brasileiras participaram do Web Summit
Diretores de empresas como Stefanini e Palqee também marcaram presença em palestras e painéis na conferência de Lisboa
18/11/202414/11/2024
*Foto: Bhavin Shah, Sarah Myers West e o medidor Jeremy Kahn/Divulgação Web Summit
Por Ricardo Marques da Silva, de Lisboa, Portugal
O desenvolvimento de ferramentas de IA consumiu centenas de bilhões de dólares nos últimos anos e as projeções de investimento atingem volumes vertiginosos, sem que haja avaliações e métricas exatas para medir os benefícios reais da tecnologia. Esse cenário levou grandes consultorias e bancos de investimento, como o Goldman Sachs, a especular a respeito de uma suposta “bolha da IA”, que estaria perto de estourar.
Essa questão foi tema de um dos painéis promovidos no palco principal do Web Summit Lisboa, que termina nesta quinta-feira, 14. Participaram da discussão Sarah Myers West, codiretora do AI Now Institute, um organismo de pesquisa independente que estuda as implicações sociais da IA, e Bhavin Shah, fundador e CEO da empresa de IA Moveworks, com mediação de Jeremy Kahn, editor de IA da revista Fortune.
“Algo que já ficou muito claro é que o desenvolvimento e a aplicação de IA requerem uma enorme quantidade de despesas de capital, e há algum ceticismo em relação à longevidade do setor”, observou Sarah. “Em conjunto, essas avaliações foram um aviso para uma espécie de mudança na estratégia de algumas das grandes empresas em realmente indexar muito fortemente o investimento do governo. E isso, eu acho, é outro indicador de que podemos estar em uma bolha, dependendo de onde os ventos políticos pousarem, o que levanta mais duas questões. Uma, quem será atendido por essa tecnologia, especialmente se o dinheiro dos contribuintes for uma fonte importante de receita? E a segunda: se a bolha estourar, o que ficará para trás?”, indagou.
Bhavin Shah abordou a questão a partir da percepção dos seus clientes, entre os quais se incluem grandes companhias: “Acho que as empresas têm oportunidades realmente fortes de criar e entregar valor aos negócios. Mas a realidade é que a gestão de mudanças e o comportamento são realmente difíceis de evoluir. Então, muitos produtos estão se tornando sucesso ou fracasso muito rapidamente. E descobrimos que você tem de adotar uma abordagem ampla e ter uma variedade de casos de uso diferentes, ser capaz de atender a uma variedade de consumidores e realmente focar no que os faz voltar ao seu produto todos os dias”.
Shah disse ainda que a IA pode proporcionar uma economia de três horas por semana para cada funcionário da empresa, o que ainda parece pouco efetivo: “Passei muito tempo com CFOs, e alguns me diziam que eu teria de economizar três horas por semana para seus funcionários. Mas o que você tem de fazer é mudar a forma como eles trabalham. E se você puder fazer isso, então haverá ganhos absolutos realizados. E é isso que estamos vendo cada vez mais como o melhor case de negócios por trás de alguns desses produtos de IA, especialmente nas áreas de TI, RH, finanças e assuntos legais”.
Em relação ao que será deixado para trás se a bolha da IA estourar, Sarah Myers West destacou o que chamou de gargalos regulatórios, projetados propositalmente para garantir a segurança das infraestruturas críticas: “Na pressa para o desenvolvimento, sem necessariamente saber se há demanda suficiente, existem preocupações reais a serem levantadas sobre as implicações para o clima e para as comunidades locais que também dependem dessas infraestruturas, em especial de energia. Estamos vendo discussões sobre a extensão da vida útil de usinas de carvão, por exemplo, ou a alavancagem completa de tecnologias verdes mais limpas que, de outra forma, seriam colocadas em uso público mais amplo apenas para o propósito de empresas de IA, o que eu acho que não atende muito bem ao interesse público”, acrescentou.
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