Por redação AIoT Brasil

Em um comunicado enviado aos funcionários na segunda-feira, 5 de maio, Sam Altman disse que a OpenAI se manterá como uma organização sem fins lucrativos, o que foi interpretado como um recuo na proposta de reestruturação que previa a transição da criadora do ChatGPT para uma empresa convencional que busca o lucro. “Decidimos que a OpenAI Nonprofit (não lucrativa) continuará a ter o controle, depois de ouvirmos líderes cívicos e conversar com os procuradores-gerais da Califórnia e do Delaware”, afirmou o CEO da companhia.

A citação às procuradorias-gerais dos dois estados norte-americanos, nos quais a OpenAI mantém suas sedes, é uma referência direta aos processos que tramitam contra a empresa, relacionados ao plano de reestruturação anunciado por Sam Altman em 2024, com a alegação de que os interesses dos investidores também deveriam ser considerados. Ao mesmo tempo, Elon Musk, cofundador da OpenAI ao lado de Altman e de outros empresários do Vale do Silício, abriu uma ação contra a OpenAI, com a acusação de “traição aos princípios fundadores” da empresa, que foi fundada com o objetivo de ser exclusivamente de interesse público, a fim de levar a IA geral para o maior número possível de pessoas.

A proposta de reestruturação precisa ser aprovada pelos procuradores-gerais da Califórnia e de Delaware até o início do próximo ano, para que a OpenAI receba um financiamento de até US$ 30 bilhões do SoftBank e de outros investidores. Esse valor é crucial para que a empresa mantenha sua liderança em IA generativa e aumente o retorno aos investidores.

Há dois meses uma juíza federal dos Estados Unidos havia negado o pedido de Musk para interromper a mudança nos estatutos da OpenAI, mas na semana passada permitiu que algumas das alegações do dono do X fossem levadas a julgamento. Ao mesmo tempo, o procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, informou que está analisando o plano da empresa, definido como “um tema em progressão, com conversações permanentes com a OpenAI”.

De acordo com o presidente da administração da OpenAI Nonprofit, Bret Taylor, essa organização já mantém um ramo comercial, que deve ser convertido em uma “corporação de interesse público que precisa considerar os interesses tanto dos acionistas como a sua missão”. Na segunda-feira, porém, Taylor não quis esclarecer a dimensão da participação que a OpenAI Nonprofit teria na nova empresa de interesse público, uma categoria que admite o lucro, mas assegura o bem social.

Sam Altman disse que passar de uma organização com responsabilidade limitada para uma de interesse público “configura uma estrutura mais compreensível para fazer as coisas que uma empresa da dimensão da OpenAI tem de fazer”. Ele adiantou também que há muito mais procura para usar as ferramentas da IA do que imaginavam inicialmente. “Se a OpenAI fosse uma empresa normal, seria mais fácil obter financiamentos, mas, dada a sua missão, não queremos ser uma empresa normal e acreditamos que isso está bem acima do limiar necessário para obter fundos”, acrescentou.