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O que você precisa saber sobre o ChatGPT

Um guia rápido para entender por que a ferramenta de conversação da OpenAI causou todo esse barulho em tão pouco tempo

30/01/2023

O que você precisa saber sobre o ChatGPT
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Por redação AIoT Brasil

É realmente espantosa a repercussão provocada pelo ChatGPT em tão pouco tempo. Lançada como protótipo pela OpenAI há apenas dois meses, em 30 de novembro de 2022, a ferramenta de conversação baseada em inteligência artificial tem sido apontada nas últimas semanas como um “passo quântico” nos processos de linguagem natural (NLP), capaz de revolucionar o diálogo entre humanos e máquinas.

Não faltam razões para tanta repercussão. Para começar, logo depois da chegada do chatbot, a avaliação de mercado da OpenAI saltou para 29 bilhões de dólares, o dobro do valor indicado um mês antes, de acordo com o The Wall Street Journal, o que a tornaria uma das startups mais valiosas do mundo – ironicamente, a OpenAI, dirigida por Sam Altman, se define como um laboratório de pesquisas “sem fins lucrativos”.

O que mais se destaca é a qualidade das respostas do ChatGPT, tanto em relação ao conteúdo quanto ao alto nível do texto, como ficou claro na “entrevista” com a ferramenta publicada aqui no AIoT Brasil em 27 de janeiro. Há quem diga que suas funcionalidades põem em risco muitos empregos e, por outro lado, são evidentes os benefícios que pode proporcionar às pessoas e, possivelmente, às organizações que recorrem a assistentes virtuais para se relacionarem com os clientes.

Para entender o motivo das reações que o ChatGPT vem provocando, vale conferir as questões a seguir.

. O que é o ChatGPT?
A sigla GPT significa Generative Pre-Trained Transformer, algo como transformador pré-treinado generativo. É um modelo de linguagem avançado que utiliza a tecnologia GPT-3 e inteligência artificial treinada especificamente para manter conversações, construído a partir da família GPT-3 da OpenAI. Com base em mais de 175 milhões de parâmetros, é capaz de gerar, instantaneamente, textos, códigos para criar páginas web e até roteiros para vídeos no TikTok, com acesso livre e gratuito, em diferentes idiomas, entre os quais o português.

. Quem o criou?
A OpenAI, fundada em 2015 em São Francisco (EUA) pelo atual CEO, Sam Altman, de 37 anos, e um grupo de apoiadores e investidores formado, entre outros, por Elon Musk, Peter Thiel, Reid Hoffman, Jessica Livingston, Ilya Sutskever, Greg Brolckman, John Schulman e Wojciech Zaremba, (Musk saiu do Conselho da organização em 2018).

Em seu site oficial, a OpenAI define assim sua missão: “Garantir que a inteligência geral artificial (AGI) – com o que queremos dizer sistemas altamente autônomos que superam os humanos no trabalho economicamente mais valioso – beneficie toda a humanidade”. Para isso, passou a desenvolver pesquisas de utilização prática de IA que resultaram na criação do ChatGPT e de ferramentas como o DALL·E 2, um sistema que gera imagens realistas a partir de uma descrição em linguagem natural, e o OpenAI Codex, que traduz linguagem natural em código, este em parceria com a GitHub Copilot.

Além dessas ferramentas, saíram dos laboratórios da OpenAI o kit de ferramentas para desenvolver e comparar algoritmos de aprendizado por reforço OpenAI Gym, a plataforma de software Universe, o bot Dota 2, e a rede neural profunda MuseNet, entre outros produtos inovadores.

O grande salto evolutivo da OpenAI ocorreu a partir do investimento de 1 bilhão de dólares feito pela Microsoft na empresa em julho de 2019. Entre outras finalidades, o valor foi usado no desenvolvimento de uma plataforma de hardware e software no Microsoft Azure, dimensionado para inteligência artificial geral, que envolveu novas tecnologias de supercomputação. Agora, em janeiro de 2023, a Microsoft anunciou um novo investimento na OpenAI, estimado pela Forbes em nada menos do que 10 bilhões de dólares, equivalentes a mais de R$ 50 bilhões.

. Por que o ChatGPT tem despertado tanta atenção?
Basicamente, pelas suas funcionalidades, pelo seu enorme potencial de uso e pela surpreendente qualidade das respostas que consegue dar. Sua especialidade é a NLP, sigla de processamento de linguagem natural, uma área da ciência da computação combinada com inteligência artificial e linguística que permite a compreensão automática dos idiomas e da construção de textos.

O que torna o ChatGPT diferente dos demais softwares avançados é a precisão com que entende e responde a perguntas feitas por texto ou voz e dá respostas contextualizadas, de maneira muito parecida com as que daria um especialista humano. Não se trata, contudo, de um “substituto do Google”, já que não pretende ser um motor de pesquisa. De acordo com a OpenAI, o formato de diálogo permite que o ChatGPT “responda a perguntas de acompanhamento, admita os seus erros, conteste premissas incorretas e rejeite solicitações inadequadas”. A empresa acrescenta: “O ChatGPT é um modelo irmão do InstructGPT, que é treinado para seguir uma instrução por meio de um prompt e fornecer uma resposta detalhada”.

O que é possível fazer com o ChatGPT?
Entre outras funcionalidades, permite fazer resumos de textos longos, anotações de memorandos, redação de ensaios, tradução de idiomas, elaboração de roteiros e, por incrível que pareça, depuração ou criação de códigos de programação complexos. Embora não seja especificamente indicado para isso, já é possível ver o ChatGPT ser utilizado como bot de apoio ao cliente e de pré-qualificação de vendas, com uma grande dose de humanização nos relacionamentos.

Por meio de presets de segurança, como filtros de conteúdo avançados, e com aprendizagem permanente, também tem grande potencial de filtragem de linguagem e conversação indevida, para utilização em grande escala.

Quem pode utilizar?
Por enquanto o ChatGPT se encontra em uma fase beta, de pesquisa, e seu uso é livre e gratuito. A OpenAI diz que quer ”obter o feedback dos usuários e aprender a respeito dos seus pontos fortes e fracos”. Quem quiser experimentar pode acessar o chat pelo link https://chat.openai.com/auth/login, bastando fazer o login na conta OpenAI.

Há pontos negativos?
Sim, como a própria OpenAI admite, com a cautela necessária quando se trata de um produto novo. O ChatGPT pode, por exemplo, gerar informação incorreta ou descontextualizada e até mesmo prejudiciais e tendenciosas. Também pode desconhecer fatos relevantes para as questões apresentadas, porque tem conhecimento limitado de eventos que ocorreram recentemente. Da mesma forma, a ferramenta ainda não tem acesso a dados em tempo real nem a capacidade de navegar na internet e procurar respostas imediatas.

A OpenAI explica: “Embora tenhamos feito esforços para que o modelo recuse solicitações inapropriadas, às vezes ele responde a instruções prejudiciais ou exibe um comportamento tendencioso. Estamos usando a API de moderação para avisar ou bloquear certos tipos de conteúdo inseguro, mas esperamos que ela tenha alguns falsos negativos e positivos, por enquanto. Estamos ansiosos para coletar feedback do usuário para ajudar nosso trabalho contínuo para melhorar este sistema”.

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