Mais de 400 startups brasileiras participaram do Web Summit
Diretores de empresas como Stefanini e Palqee também marcaram presença em palestras e painéis na conferência de Lisboa
18/11/202413/11/2024
Por Ricardo Marques da Silva, de Lisboa, Portugal
Sem que estivessem no roteiro inicial, as eleições norte-americanas e o X acabaram sendo o destaque do painel que, no palco principal do Web Summit Lisboa nesta quarta-feira, 13, tinha como tema principal o avanço e a hegemonia das mídias sociais como canais de comunicação. Participaram a advogada mexicana Pamela San Martín, copresidente do Conselho de Supervisão da Meta; Mark Weinstein, empreendedor de tecnologia e autor do livro Restaurando nossa sanidade online – Uma estrutura social revolucionária, e Joe Benarroch, chefe de conteúdo e parcerias de mídia da Bolsa de Valores de Nova York, com mediação de Tim Bradshaw, jornalista de tecnologia do jornal Financial Times.
Já na introdução dos convidados, Bradshaw lembrou que Joe Benarroch trabalhou com Elon Musk, que havia acabado de ser anunciado por Donald Trump como o futuro chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos, e perguntou o que ele achava que o dono do X faria no cargo. Benarroch lembrou que, além do X, Musk também é dono de empresas como a Tesla e a SpaceX, que trabalham com governos de vários países: “Então eu acho que se você juntar tudo isso e essa percepção coletiva, acho que isso pode ter um impacto realmente significativo, e não apenas em tecnologia, mas em todos os setores”, disse.
Daí para o efeito negativo causado nas eleições por redes sociais como o X foi um passo. Pamela San Martín admitiu que as plataformas de mídia social em geral provocam realmente um impacto nas eleições, mas lembrou também seus efeitos positivos, como uma maneira de capacitar as pessoas a se comunicarem e a acessarem informações que são absolutamente necessárias para o processo democrático. “Mas também é preciso olhar para os danos que podem ocorrer, pela capacidade que têm de polarizar, coordenar e incitar a violência ou enganar para obter ganhos políticos e ludibriar os eleitores, a fim de minar as democracias. Tudo isso tem que ser visto em conjunto”, afirmou a advogada da Meta.
Mark Weinstein entrou no clima de provocação e lembrou que há alguns meses Trump havia dito que iria colocar Mark Zuckerberg na cadeia se fosse eleito presidente, o que fez a Meta recuar em suas posições: “Ele disse isso em julho, e três dias depois a Meta tirou todo tipo de bloqueio nas postagens de Trump, e houve centenas de milhões de dólares gastos na Meta na campanha política. E há o grande alcance e a influência sem precedentes de Trump por meio das mídias sociais”.
Como resposta, Pamela disse que o Conselho de Supervisão da Meta pressionou para que fossem aplicadas as diferentes medidas que estavam em vigor, “a fim de garantir transparência e ter métricas para avaliar sua integridade eleitoral, a fim de não permitir a divulgação de conteúdo capaz de incitar a violência e proteger o discurso político que é absolutamente necessário para uma democracia avançar”. Segundo Pamela, é preciso evitar que o conteúdo político seja amplificado em feeds de notícias ou em algoritmos de recomendação. “Há muito o que questionar aí, por causa do impacto que pode ter na possibilidade de as pessoas se organizarem e acessarem informações”, afirmou.
Também o Brasil foi citado nessa discussão, quando Joe Benarroch falou da transição do Twitter para o X “com uma nova proposta de valor”. Ele pediu que fosse observado o que ocorreu no Brasil e na Austrália, países em que a plataforma de Musk sofreu várias sanções e chegou a ser tirada do ar. “Você definitivamente pode ver que a proteção da liberdade de expressão está embutida em todos esses esforços. Você vê muitas vozes capazes de emergir e ter a capacidade de se envolver em um processo eleitoral”, disse.
#eleições norte-americanas#Elon Musk#mídias sociais#Trump
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