Por redação AIoT Brasil

Em meio às decisões precipitadas e recuos do presidente Donald Trump nas restrições ao comércio e na imposição de tarifas à maioria dos países, a big tech norte-americana Nvidia anunciou que retomará em breve as vendas de chips de IA de ponta à China. A informação foi divulgada no blog da empresa na segunda-feira, 14 de julho, com base na garantia do governo do Estados Unidos de que serão concedidas as licenças necessárias para o reinício das exportações para o país asiático.

Nas duas primeiras semanas do mês, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, havia participado de reuniões estratégicas em Washington e Pequim. Na capital norte-americana, ele se encontrou com Trump e alguns legisladores, quando reafirmou o apoio da empresa às iniciativas de criação de empregos e fortalecimento da infraestrutura de IA. Em Pequim, Huang se reuniu com autoridades do governo e empresários “para discutir como a IA aumentará a produtividade e expandirá as oportunidades”, segundo o comunicado.

Na China, Jensen Huang também anunciou “uma nova GPU RTX Pro totalmente compatível com o país”, que “é ideal para IA de gêmeos digitais em fábricas e sistemas de logística inteligentes”. O CEO da Nvidia disse que o mundo atingiu um ponto de inflexão, e a IA se tornou um recurso fundamental, no mesmo nível de energia, água e internet. “Jensen enfatizou o compromisso da Nvidia em apoiar pesquisas, modelos de base e aplicações de código aberto que democratizam a IA e fortalecerão economias emergentes em todas as regiões, incluindo a América Latina, a Europa, a Ásia e além”, acrescentou o comunicado publicado no blog da empresa.

As tarifas nas exportações impostas por Trump à China foram particularmente pesadas, partindo de 20% até atingir 125% e depois situando-se na média de 55%. Como forma de reação, em vez de apenas retaliar, o governo chinês rapidamente redesenhou o mapa comercial na Ásia e se concentrou nas relações com países como Tailândia, Vietnã e Indonésia.

Ontem, a imprensa mundial deu destaque ao fato de que, apesar das tarifas de Trump, a economia chinesa cresceu 5,2% no segundo trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2024. Chamou particular atenção o avanço de 5,8% das exportações chinesas em junho, acima das projeções, enquanto as vendas para o Sudeste Asiático aumentaram 17% e para os Estados Unidos houve uma queda de 16,1% – ou seja, parece que a China consegue sobreviver sem a dependência das vendas para o país de Trump.