*Foto: divulgação Weaver Labs

Por Ricardo Marques da Silva

Como tornar ainda mais emocionante uma partida de futebol assistida ao vivo no estádio? Para responder a esse desafio, pesquisadores do Smart Internet Lab da Universidade de Bristol, especialistas em IA da Madevo e do Weaver Lab e outros parceiros se uniram para desenvolver uma tecnologia que, de acordo com as primeiras avaliações, pode representar um um avanço sem precedentes no engajamento dos torcedores.

Chamado de Arana, o projeto combinou recursos de IA e 5G para criar uma espécie de “estádio inteligente”, capaz de oferecer aos adeptos níveis inéditos de interação e conectividade. Os primeiros testes da nova tecnologia ocorreram na arena do Milton Keynes, um clube da Liga 2 do Reino Unido, que tem capacidade para 30.400 pessoas, com transmissões ao vivo de alta qualidade a partir de múltiplos ângulos de câmera e imagens exclusivas dos bastidores.

De acordo com os pesquisadores da Universidade de Bristol, uma colaboração entre a Madevo e a Nokia proporcionará insights em tempo real durante as partidas. “Usando análises de vídeo, como as coordenadas dos jogadores geradas pela Nokia, as equipes poderão obter informações valiosas sobre formações, táticas e outros aspectos críticos do jogo. Para os clubes de futebol, essa tecnologia, impulsionada pelo Cell-Stack da Weaver Labs, pode ser um divisor de águas”, disseram em uma reportagem publicada no site da universidade.

O sistema também permitirá análises de desempenho das equipes com base em IA e dados históricos, estatísticas de jogadores em tempo real, chatbots interativos, mapeamento imersivo de estádios em 3D, navegação em tempo real, pedidos de comida e bebida sem sair da cadeira e recursos de segurança aprimorados. Tudo isso poderá ser feito pelo celular ou outro dispositivo móvel, com apenas um toque na tela, assim como a possibilidade de acompanhar quatro cenas diferentes da partida.

“Além de aprimorar a experiência dos fãs, a tecnologia também tem o potencial de solucionar desafios operacionais de longa data para emissoras e organizadores de eventos. Isso inclui congestionamento de rede, complexidade de cabeamento e desempenho instável do 4G durante eventos com grande público”, afirmaram os pesquisadores.

Ainda não há uma data prevista para a disponibilização do sistema nos estádios de futebol, mas no início de 2026 haverá novos testes na arena do Milton Keynes, em busca de outras aplicações. Maria Lema, CEO do Weaver Labs e líder do projeto Arana, disse que a iniciativa comprova o poder transformador da conectividade inteligente: “Ao levar a computação e a tomada de decisões para a borda da rede, estamos mostrando o que uma infraestrutura preparada para o futuro pode oferecer: insights em tempo real, experiências perfeitas e a base para serviços totalmente novos. Este é um vislumbre de como será a próxima geração de espaços digitais nos esportes”.