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07/11/202429/05/2023
Por redação AIoT Brasil
Um programa do Ministério da Saúde, ainda em fase de estudo, poderá ser decisivo para que o governo ponha em prática a aplicação de tecnologias de inteligência artificial no Sistema Único de Saúde (SUS), a fim de reduzir as filas de espera por atendimento médico. De acordo com informações da Agência Brasil, o SUS Digital também deverá permitir mais agilidade, inclusão e eficiência nos processos de consultas e diagnósticos.
Cleinaldo de Almeida Costa, diretor do Departamento de Saúde Digital e Inovação da Secretaria de Informação e Saúde Digital do Ministério, disse que o programa envolve a criação de um novo cenário no SUS, a fim de redesenhar o sistema de saúde no país para os próximos 20 anos: “Com uma grande equipe, o Ministério da Saúde está planejando um programa que vem a ser a inclusão digital em todos os níveis do SUS, desde a atenção primária em unidades básicas de saúde, por exemplo, até a atenção terciária de alta complexidade, como as unidades de terapia intensiva”.
O objetivo, segundo Costa, é reformular o acesso ao SUS por meio de aplicativos, IA e big data. Em um painel na Feira Hospitalar realizada na São Paulo Expo no dia 22 de maio, o diretor do Ministério explicou que o programa vai transformar o SUS em um sistema mais amigável, aproximá-lo do cidadão e simplificar a vida dos usuários.
No entanto, para que isso ocorra, a área de saúde terá de superar uma série de desafios, com destaque para o atraso tecnológico evidenciado durante a pandemia de covid-19 e a falta de profissionais qualificados, como avaliou Carlos Carvalho, professor titular de pneumologia da Faculdade de Medicina da USP e diretor de Saúde Digital do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Carvalho lembrou que o uso de recursos de saúde digital já está sendo testado em algumas UTIs no Brasil, com bons resultados: “Estamos com um projeto com o Ministério da Saúde para atender gestantes de alto risco e puérperas em ambientes de UTI em 11 hospitais. Observamos uma redução de 270 [por 100 mil nascidos vivos] para 140 mortes maternas em apenas seis meses”, disse Carvalho em entrevista à Agência Brasil.
Em relação à carência de especialistas em tecnologias de IA, Carvalho observou: “O que ficou evidente nos projetos desenvolvidos durante a pandemia é que não havia profissionais qualificados para tocar as UTIs e a telemedicina. Os estudos iniciais que fizemos conseguiram demonstrar a redução da letalidade dos pacientes, desde que você tenha uma equipe capacitada em uma ponta e uma equipe minimamente capacitada na outra”.
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