Por Marcelo Morales

Há poucos dias da realização da conferência Web Summit 2023, em Lisboa, uma declaração de Paddy Cosgrave, então presidente da instituição, sobre o conflito entre Israel e o Hamas causou um
esvaziamento sem precedentes no evento que ano a ano vem ganhando força como um dos mais importantes sobre tecnologia no mundo.

O tweet (na rede social que recém-adotou o nome X) de Cosgrove gerou reação furiosa de Israel e o boicote de gigantes do mercado, que desistiram de participar do evento às vésperas de sua realização. Declinaram Amazon, Apple, Microsoft, Google, Meta, IBM, Intel, Siemens, SAP, Oracle, Salesforce, Stripe e Volkswagen.

Também vão boicotar o evento alguns palestrantes de peso, como estrelas de Hollywood e líderes de grandes empresas, além do boicote de Israel. Cosgrove se desculpou e renunciou ao cargo, mas não foi suficiente. Segundo o “Irish Times”, o conselho da Web Summit quer que Cosgrave
venda sua participação na empresa, de 81%. Agora cabe a Maher tentar reduzir os danos desta edição.

Um comunicado diz que o Web Summit quer seguir como um lugar de conexão e diálogo, e que ajude a modelar o futuro. A organização espera reunir 70 mil pessoas. De todo modo, o evento ainda tem atrações como a participação de um robô dotado de Inteligência Artificial (IA), além de vários painéis que vão discutir o futuro da IA, passando por redes neurais a viés algorítmico e ética de dados.

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, também marcará presença, refletindo a importância do evento para Lisboa e para o país. Nas ruas, em ubers, táxis e cafés, nota-se a preocupação de que o evento, que inseriu em definitivo Lisboa na cena tech mundial, possa “flopar”, como mais uma vítima da guerra.

*O AIoT Brasil fará a cobertura do Web Summit 2023