IoT e seus impactos na cadeia econômica
O volume econômico anual de IoT no Brasil deve superar 50 bilhões de dólares até 2025; é preciso começar devagar para ir evoluir rumo a soluções de maior impacto
16/08/2021
*Por Adriano Candido
Cada vez mais popular no ambiente empresarial, acadêmico, industrial e até dentro de casa, o conceito de Internet das Coisas – ou IoT (Internet of Things) – nada mais é do que uma rede de objetos físicos incorporados a softwares e outras tecnologias, que possibilita o gerenciamento e compartilhamento desses dados de forma remota e digital. As possibilidades são inúmeras: quaisquer objetos do cotidiano que tenham tecnologia embarcada e capacidade de conexão à internet podem ser contemplados, funcionando como sua extensão.
De acordo com estudo da McKinsey Global Institute, o impacto econômico anual de IoT no Brasil deve girar por volta de 50 a 200 bilhões de dólares em 2025. O que significa que os benefícios para o setor empresarial são evidentes. Afinal por meio da comunicação “máquina a máquina”, a tendência será implementar novos modelos de negócios e otimizar os já existentes.
Hoje, a tecnologia IoT já possibilita uma maior compreensão de processos e melhoria na gestão, resultando em um aumento da produtividade e mitigando possíveis imprevistos, por exemplo, ao reduzir paradas operacionais devido a uma manutenção preditiva ou ao prever quando um equipamento realmente precisa de manutenção, o que a torna assertiva quanto ao custo/benefício de toda operação.
Sustentabilidade
E os benefícios da Internet das Coisas vão ainda mais longe. Sua ampla adoção nos âmbitos privado e governamental já são capazes de auxiliar no alcance de metas de desenvolvimento sustentável a nível global. Isso porque suas aplicações práticas, e mensuráveis, configuram-se em uma infinidade de ações.
Dependendo do caso de uso, é possível ter ganhos significativos em predição de consumo e desperdício, diminuir o consumo em utilities, como água, gás e luz, e até mesmo reduzir a emissão de CO² por meio da implementação digital das normas da ISO 50.0001.
Já há cases mundiais de sucesso, como o de uma grande empresa do setor hoteleiro na Espanha, que, em apenas um ano, maximizou a economia de consumo elétrico em aproximadamente 6%. No Brasil, soluções baseadas em IoT estão sendo usadas por empresas varejistas para monitoramento e prevenção de perdas de produtos refrigerados em supermercados.
Claro que os resultados são variáveis. Mas por ter uma implementação ágil – de 4 a 6 semanas – e por ser cobrado como serviço (SAAS), o ROI (sigla em inglês para retorno sobre investimento) e o payback são elevados.
Tendência global
Há quem argumente que a adoção de IoT é inevitável. A sociedade contemporânea é conectada pela internet, portanto, já vivemos nessa era mesmo sem nos darmos conta. No entanto, há particularidades que precisam ser consideradas. Países como o Brasil, infelizmente, ainda convivem com uma grande defasagem nos pontos de acesso à internet, dificultando a implementação da Internet das Coisas, que depende de rede.
Por isso, a implementação de plataformas baseadas nessa tecnologia pode se tornar um desafio para empresários, que devem analisar e optar pela solução que melhor adapte às necessidades de sua empresa.
Muitas soluções disponíveis no mercado atualmente exigem um grande esforço de adequação de sistemas e precisam ser complementadas para gerar algum cenário de solução de negócio, inviabilizando o processo.
Assim sendo, o ideal é optar por uma solução completa, com fácil conexão e camada analítica avançada, seguindo sempre o lema: comece devagar para ir evoluindo de patamar, rumo a soluções de maior impacto, ao longo do tempo.
*Adriano Candido é diretor de Ofertas e Inovação na Softtek Brasil.
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