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21/11/202414/05/2021
Por redação AIoT Brasil
Só mesmo quem convive com uma dor crônica é capaz de avaliar a dimensão desse sofrimento, que pode ter um impacto devastador na qualidade de vida e cuja cura representa um dos maiores desafios da medicina, ainda não vencido. Até mesmo a percepção da intensidade da dor é um problema, já que cada pessoa a sente de uma maneira própria, praticamente impossível de descrever com objetividade. Na busca de soluções, a IBM Research e a empresa Boston Scientific firmaram uma parceria que promete encontrar uma nova maneira de aliviar a dor crônica por meio da personalização de cada caso, com a ajuda de recursos de inteligência artificial.
O estudo com o uso dessa tecnologia foi apresentado em um evento da Sociedade de Neuromodulação da América do Norte e divulgado por Jeff Rogers, líder de pesquisa global para saúde digital da IBM, em um artigo no blog da companhia. “Juntamente com a Boston Scientific, desenvolvemos um novo método para medir a dor. Nossa equipe de neurocientistas, cientistas de dados, engenheiros, linguistas, médicos, matemáticos e designers de dispositivos médicos usou IA, internet das coisas e computação em nuvem para construir uma nova estrutura para que os médicos ajudem os pacientes a aliviar a dor crônica de forma mais precisa, personalizada e direcionada”, disse Rogers.
Ele lembrou que, em geral, os pacientes são solicitados a classificar sua dor em uma escala de 0 a 10, altamente subjetiva, e que prevalece a suposição de que as dores agudas e crônicas se comportam de maneira semelhante, o que é um erro grave. Para tornar a avaliação mais precisa, a IBM e a Boston Scientific estão usando biomarcadores coletados em dois estudos clínicos com dados de 1.700 pacientes submetidos à terapia de estimulação da medula espinhal, em períodos de até três anos de investigação.
O estudo inclui métricas como questionários diários, rastreamento dos movimentos por smartwatches, sensores de sono, monitores de frequência cardíaca e gravação de voz, coletados durante as atividades normais dos pacientes. Esses dados são então analisados por IA para extrair e filtrar percepções relevantes e medir continuamente a dor crônica com objetividade bem maior do que na escala padrão de 0 a 10.
“Acreditamos que isso ajuda a estabelecer as bases para um controle mais eficaz da dor e a melhorar a qualidade de vida do paciente, possivelmente reduzindo a dependência de medicamentos para alguns indivíduos”, disse Jeff Rogers. Ele explicou que o trabalho com a Boston Scientific baseia-se na visão da IBM Research de construir uma plataforma digital de saúde para o tratamento mais personalizado de doenças. “Com a IA, estamos construindo algoritmos e plataformas que podem coletar uma série de métricas não invasivas e biomarcadores de pacientes, a fim de ajudar os médicos a obter uma imagem mais holística e precisa da saúde de seus pacientes”, acrescentou.
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